sábado, 28 de maio de 2016

14% dos alunos sentem-se infelizes na escola

Em Portugal, 14% dos alunos dizem sentir-se infelizes na escola e, segundo um estudo do Conselho Nacional de Educação, os estudantes menos felizes têm piores resultados académicos.

Este é um dos resultados de um novo estudo do Projeto aQeduto, uma parceria entre o Conselho Nacional de Educação (CNE) e a Fundação Francisco Manuel dos Santos, que comparou os resultados dos alunos de 11 países europeus nos exames internacionais de Matemática (PISA) em 2003 e em 2012 e o sentimento de felicidade na escola, a perceção que os estudantes tinham sobre a indisciplina na sala de aula e a relação e apoio dado pelos professores.

"Em Portugal, 14% dos alunos dizem sentir-se infelizes na escola, com resultados médios em PISA Matemática de cerca de 30 pontos inferiores aos dos seus pares que se sentem felizes", releva o estudo, que será debatido, na segunda-feira, no 6º Fórum aQeduto sob o tema "Bons ambientes, bons alunos?".

A agravar esta situação está o facto de a maioria dos alunos infelizes frequentar escolas de meios mais desfavorecidos e com piores resultados académicos.

Os investigadores analisaram também o impacto do relacionamento que os alunos têm com os professores e verificaram que existia uma ligação direta entre bom relacionamento e felicidade.

"Em 2012, os alunos portugueses foram os que mais consideraram ter um bom relacionamento com os professores (86%) e cerca de 25% sentiam-se felizes na escola", lê-se no estudo.

Na lista dos 11 países europeus, as escolas portuguesas surgem em 5.º lugar com a maior percentagem de alunos felizes (25%), ultrapassadas apenas pelas espanholas (35%), as do Luxemburgo (30%) e as suecas.

Seguem-se as escolas da Dinamarca, Irlanda, França, Polónia, Holanda, República Checa e, por último, a Finlândia, onde apenas um em cada dez alunos é feliz na escola.

Os professores portugueses também surgem no topo de uma outra tabela, que analisa a perceção que os alunos têm do relacionamento com os docentes.

Portugal, juntamente com a Finlândia, são os dois países onde os alunos sentem mais apoio. Mas, na Finlândia, apesar de 85% dos estudantes considerar que podem contar com os professores, apenas 43% dizem ter um bom relacionamento e apenas 10% considera ser feliz na escola.

O ambiente escolar é mais problemático nas escolas frequentadas por alunos de famílias socioeconómicas desfavorecidas e com rendimentos escolares mais baixos, segundo os relatos dos diretores.

"Preocupações com muita indisciplina ocorrem em 20% destas escolas e 11% consideram a falta de respeito um impedimento às aprendizagens", segundo o relatório do projeto aQeduto.

Segundo o estudo, mais de 14% destes diretores referem o consumo de drogas, 10% reconhece que o relacionamento entre alunos e professores não é fácil e é também nestas escolas que um em cada quatro alunos considera que as suas necessidades não são satisfeitas.

Já os alunos de escolas inseridas em meios sociais favorecidos têm melhores resultados escolares e, segundo os diretores, "apenas 26% destas escolas indicam a existência de indisciplina a níveis moderados e 7% referem alguma falta de respeito".

Fonte: JN

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