quarta-feira, 27 de abril de 2016

Escolas de referência sensibilizam para a inclusão dos surdos

Mais de três centenas de alunos surdos, professores e técnicos mostraram ontem as competências adquiridas graças ao trabalho desenvolvido por oito agrupamentos e escolas de referência na educação e ensino bilingue dos alunos surdos, como é o caso do Agrupamento de Escolas D. Maria II, em Braga, em cuja escola-sede decorreram várias atividades.

O objectivo foi celebrar o Dia Nacional da Educação de Surdos e o Dia da Juventude Surda e, ao mesmo tempo, sensibilizar a comunidade para a inclusão de pessoas surdas.

Falando à margem do Dia Nacional da Educação de Surdos, a coordenadora do Departamento de Educação Especial do Agrupamento D. Maria II, Luísa Campos, sustenta que “a sociedade precisa de perceber melhor a surdez, perceber e saber comunicar com as pessoas surdas”, apontando que “há muitos mitos associados a este problema”.

Reconhecendo que “ainda há muitos preconceitos e muita barreira a derrubar”, Luísa Campos afirma: “não esperamos que, de repente, toda a gente aprenda a língua gestual, mas saber que é importante falar de frente, que não se pode exigir a um surdo que fale ao telefone”.

Como agrupamento de referência e com atividades como as de ontem “procuramos ser mais um alerta para que as pessoas surdas tenham direito à educação, ao trabalho e direito à vida tão normal quanto é possível” reforça a coordenadora do Departamento de Educação Especial.

“No dia-a-dia, procuramos que eles se identifiquem como comunidade, que assumam o seu estatuto de pessoas surdas dentro da comunidade mais alargada e, além da identidade cultural dar-lhes a melhor educação possível, porque nós somos escolas e queremos que eles prossigam estudos e que cheguem tão longe quanto as suas capacidades lhes permitam, que não seja a surdez que os vai impedir de chegar a um curso que queiram, em qualquer área” descreve Luísa Campos.

No ensino superior, ainda há trabalho a fazer, refere a coordenadora de Educação Especial do Agrupamento D. Maria II que salvaguarda, no entanto, que “a maior parte das universidades já tem intérpretes, mas não todas, sem as famílias terem que pagar do seu bolso”. (...)

Fonte: Correio do Minho por indicação de Livresco

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