sábado, 23 de janeiro de 2016

Portugal é dos países europeus com mais chumbos nas escolas

Apenas 14% dos alunos que chumbam num ano letivo tem sucesso escolar no seguinte, conclui um estudo promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e que vai ser debatido na segunda-feira, no Conselho Nacional de Educação (CNE), em Lisboa. As conclusões do estudo (...) provam que o chumbo dos alunos conduz a uma espécie de ciclo vicioso de insucesso escolar.

“Portugal é um dos países da Europa em que mais se chumba. Destaca-se também pela retenção precoce . É um dos países onde mais se chumba até ao 6.º ano", sintetizou (...) Mónica Vieira, coordenadora de conteúdos da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Os responsáveis por esta investigação pretendiam perceber qual é o efeito de um chumbo e se contribui para aumentar a exigência e, consequentemente, os resultados do aluno, ou se, pelo contrário, apenas os agrava.

”Chumbar não está, de facto, associado a um ganho de aprendizagem, aliás, isto é uma característica que não é só de Portugal. Os dados do estudo o que apontam é que todos os alunos que tiveram um passado de retenção têm, em média, um pior resultado", explicou Mónica Vieira,

É um assunto que vai estar em debate no segundo fórum "AQeduto: avaliação, equidade e qualidade em educação”, um projecto desenvolvido pelo Conselho Nacional de Educação e pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Mónica Vieira adiantou que a fundação está a promover uma série de estudos, um dos quais faz a comparação dos resultados dos exames com os de 12 outros países, trabalho que será apresentado durante este ano.

A convidada da segunda conferência AQeduto é Anabela Grácio, conselheira do Conselho Nacional de Educação e relatora da última recomendação emitida no CNE sobre a retenção escolar nos ensinos básico e secundários. 

O AQeduto é um projecto de 11 conferências associado a este estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, realizado pelo CNE. O objetivo do estudo é explicar a variação dos resultados dos alunos portugueses nos testes internacionais PISA, da responsabilidade da OCDE.

Fonte: Público

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