terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Como o uso de sal com iodo pode melhorar o QI das crianças

O nível de iodo influencia o desenvolvimento cognitivo das crianças. A nível geral, há deficiência deste nutriente. As grávidas devem reforçar a dieta com sal iodado. E o resto da população?

A deficiência de iodo é um grave problema de saúde pública. É com base nesse pressuposto que Conceição Calhau, investigadora da Faculdade de Medicina do Porto está a levar a cabo este projeto chamado Iogeneration com 4800 crianças do norte do país.

O objetivo é determinar os níveis de iodo e do QI para tentar estabelecer um paralelismo entre os níveis de iodo e o desenvolvimento cognitivo das crianças.

"Na verdade, o iodo é essencial para a síntese das hormonas da tiróide, que são importantíssimas no neuro-desenvolvimento e na cognição. O que queremos saber é se as crianças têm deficiência de iodo e se podemos medir o impacto na sua performance cognitiva", explica a investigadora.

O problema coloca-se a nível mundial. E os níveis de iodo podem mesmo determinar os níveis de desenvolvimento de um país. O alerta tem sido feito pela Organização Mundial de Saúde. Uma criança em cada três tem deficiência de iodo e isso "pode comprometer o seu QI em cerca de 12 a 15 pontos".

A OMS, sublinha Conceição Calhau, "vem alertando que este compromisso nos níveis de iodo vai ter impacto no desenvolvimento dos países, se pensarmos que vai comprometer o desenvolvimento intelectual da população".

Em Portugal, o ministério da Saúde recomenda às grávidas que consumam sal iodado. A recomendação, alerta a investigadora, deve estender-se a toda a população. Mas mesmo assim pode não chegar: "Se nos domicílios usarmos sal iodado, ainda assim pode ser insuficiente. Em casa, as pessoas fazem eventualmente uma refeição, habitualmente o jantar, e isso representa muito pouco ao longo do dia. Se pensarmos que o consumo de sal deve ser moderado, na verdade uma refeição com sal iodado não chega. Precisávamos de uma certificação universal: o pão ser com sal iodado e em tudo o que é processado ser usado o sal iodado".

Conceição Calhau espera que com o estudo que está a coordenar, possa ser possível determinar políticas alimentares a nível nacional, através da recomendação generalizada da fortificação de sal com iodo. A bem da saúde e do QI dos miúdos.

Fonte: TSF por indicação de Livresco

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