domingo, 23 de agosto de 2015

Aos nove anos, Carlos estuda química na universidade

Prodígio mexicano está a fazer a escola primária online, para poder frequentar presencialmente as aulas de bioquímica e energia molecular no ensino superior. Com três anos, já sabia ler.

Chama-se Carlos Santamaría Díaz e aprendeu a ler aos três anos. Não por imposição dos pais, mas quando lhe ensinavam uma letra "queria todas", conta o pai, Fabián Santamaría, ao jornal espanhol El País. Entrou para o infantário quando tinha um ano e meio, mas desde os cinco que é capaz de assimilar um livro completo de ciências da escola secundária e aprendeu a tabela periódica em duas semanas. Aos nove, frequenta a licenciatura de bioquímica e energia molecular na Faculdade de Química da Universidade Nacional Autónoma do México.

Ao mesmo tempo, vai fazendo online a escola primária. Este esquema em paralelo foi encontrado pelos pais que já não sabiam o que fazer ao filho, que adormecia durante as aulas do primeiro ciclo. Não que estivesse cansado, dizem os progenitores. Simplesmente... aborrecia-se. "Nenhuma disciplina me dava trabalho, mas não gostava de nenhuma", diz Carlos. Desde que a sua história foi tornada pública, não percebe porque tantas câmaras e tantos jornalistas querem recolher o seu testemunho, e limita-se a explicar que estuda química porque gosta, ainda que aos três anos lhe agradasse mais a astronomia, admite, sem ponta de vaidade.

A tarefa mais complicada tem cabido aos pais, que enfrentaram grandes dificuldades nas escolas mexicanas: quando tentavam que estudasse num nível de escolaridade acima do seu, os professores asseguravam-lhes que o filho tinha uma memória fora do normal, mas que não compreendia aquilo sobre o qual gostava de falar. Foi por isso que decidiram viajar para Espanha, durante um ano: em Valencia, uma professora de química que chefiava um laboratório estudou com Carlos durante uma hora por semana e dava-lhe a conhecer matérias científicas que o pequeno "devorava", diz o El País.

Quando regressaram ao México, e sabendo que o filho iria mais uma vez aborrecer-se e perder o interesse pelas matérias da escola primária, os pais de Carlos decidiram tentar a sorte na universidade. A criança teve de fazer um exame de admissão e foi aceite depois de 15 minutos com um especialista em química, Eduardo Rodríguez de San Miguel. "Não é que seja um génio que sabe tudo, mas foca a sua atenção naquilo que lhe interessa", contou o investigador ao El País. Logo que lhe perguntaram sobre os seus interesses, Carlos começou a falar de bioquímica.

O jovem estudante passou assim a frequentar as aulas na universidade e, paralelamente, vai fazendo o quarto ano na escola primária, sempre online. Mas não é um "rato de biblioteca", ao que tudo indica. Também gosta de brincar com os primos, andar de bicicleta e não dispensa os videojogos, como qualquer outra criança da sua idade.

Fonte: DN

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