segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Aprender nos hospitais é visto como uma ponte para a normalidade e para o futuro

João Pedro (JP para os amigos) entrou no ano passado no 5.º ano. Uma mudança de ciclo que para este aluno dos Açores trouxe ainda mais novidades do que aquelas comuns a todas as crianças de 10 anos. É que JP nunca tinha ido à escola nem convivido com colegas de turma. Fez o primeiro ciclo enquanto lutava contra um cancro, que começa a dar sinais de estar vencido, no Hospital Pediátrico de Coimbra.

Internado desde os 2 anos, JP nem se apercebeu de que ia começar as aulas. "Sabia que iam umas senhoras ter comigo para me explicar as coisas e só mais tarde é que percebi que estava na escola." Natural de Ponta Delgada, JP tem vindo periodicamente ao hospital para controlar a doença. Chegou na segunda-feira para durante uma a três semanas fazer exames. Antes de fazer a viagem telefonou às professoras para avisar que ia estar por lá e precisava de estudar.

As docentes são responsáveis por dar apoio, explicar matérias mais complicadas ou até dar todo o programa do ano de ensino aos doentes de forma a evitar que estes chumbem por estarem internados. No Pediátrico de Coimbra são quatro as profissionais destacadas pelo Ministério da Educação e Ciência para fazer este trabalho. Por norma, são os pediátricos ou hospitais centrais que têm este tipo de apoio, mais estruturado. Em Coimbra, têm direito a duas salas na ala de animação e pedagogia. São espaços onde o hospital fica à porta e lá dentro respira-se escola: estantes com livros, figuras geométricas em cima da mesa, desenhos dos alunos nas paredes e nas janelas e até há um quadro na parede.
 
Fonte: DN

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