segunda-feira, 2 de abril de 2012

Estudo revela que autismo está a aumentar

O autismo nas crianças revela uma tendência de aumento, indicaram hoje dirigentes da área da saúde dos Estados Unidos, especificando que a taxa aumentou 23 por cento em dois anos, afectando uma em cada 88 crianças, noticia a AFP. 


Estatísticas anteriores apontavam para a existência de uma em cada 110 crianças com esta desordem, o que levou os principais defensores da investigação do autismo a proclamarem a existência de uma «emergência nacional» e uma «epidemia» que requer atenção urgente.

Os responsáveis pela área admitem que o aumento pode estar associado à melhoria na identificação dos casos de autismo, em especial entre as crianças com menos de três anos, mas a extensão desta influência no número total é desconhecida.

«Há a possibilidade de o aumento da identificação ser devido inteiramente à melhor detecção. Não sabemos se é o caso ou não, mas é uma possibilidade», afirmou o director dos Centros para a Prevenção e Controlo de Doenças [CDC, na sigla em inglês], Thomas Frieden.

«O que sabemos é que o autismo é comum e que precisa de ser estudado», afirmou à imprensa.

A informação, disponibilizada por um relatório dos CDC, revela que a desordem do espectro do autismo [ASD, na sigla em inglês] é cerca de cinco vezes mais frequente nos meninos do que nas meninas, com um em cada 54 meninos identificado como tendo alguma forma da desordem, o que compara com uma em cada 252 meninas.

Anteriormente, pensava-se que a relação era de quatro para um.

Os dados foram apurados de inquéritos realizados em 2008, em 14 locais dos Estados Unidos, revelando que 11,3 por mil das crianças com oito anos de idade têm ASD.

Este valor constitui um aumento de 23 por cento em relação aos dados de há dois anos e de 78 por cento no número total presumidos em 2002, quando se aceitava a estimativa de uma em cada 150 crianças ter alguma forma de autismo.

Uma vez que a informação agora apurada foi recolhida em 14 locais, não é considerada representativa do todo nacional, pelo que os investigadores não afirmam que uma em cada 88 crianças nos Estados Unidos tem autismo.

Porém, as conclusões estão muito em linha com o que tem sido apurado em outras investigações, adiantam peritos dos CDC.

Para o presidente da organização ‘Autismo Fala’ [‘Autism Speaks’], Mark Roithmayr, os novos números são causa de alarme.

«O autismo está agora a tornar-se oficialmente uma epidemia nos Estados Unidos. Estamos a lidar com uma emergência nacional que requer um plano nacional», disse.

O autismo inclui uma amplitude grande de diferenças comportamentais, que podem ir desde uma incapacidade social moderada à incapacidade total de comunicar, movimentos repetitivos, sensibilidade a certas luzes e a determinados sons e problemas de comportamento.

A sua causa permanece um mistério. Os pais são aconselhados a procurar ajuda profissional se os seus filhos apresentaram atrasos em marcos de desenvolvimento, como não fazerem contacto visual, não apontarem ou não falarem na altura esperada.

As taxas da desordem do espectro do autismo variam muito no relatório, desde uma em cada 120 crianças no estado sulista do Alabama, até uma em cada 47 crianças no estado ocidental do Utah.

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