quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Escolas sem psicólogos

Abertura de vagas para a contratação de psicólogos ainda não foi autorizada. Neste momento, mais de 360 mil alunos estarão sem apoio nesta área. A comunidade educativa salienta a importância dos profissionais e o seu papel nas dinâmicas e projectos escolares.
O alerta partiu do Grupo de Profissionais de Psicologia em Contexto Escolar (Psiscolas): a abertura de vagas para a contratação de psicólogos ainda não foi autorizada. O grupo não tardou a fazer as contas. "O número de agrupamentos que estará este ano lectivo sem serviço de psicologia rondará os 300. Utilizando um intervalo médio de 1200 a 1500 alunos por agrupamento, podemos sugerir que entre 360 mil e 450 mil alunos estão, neste momento, sem este serviço", adiantou, à Lusa, Pedro Teixeira, um dos representantes do Psiscolas.
As excepções residem nas contratações já feitas pelos agrupamentos TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária) e pelas estruturas escolares com autonomia especial. Mesmo assim, a situação é, para o grupo Psiscolas, preocupante. "A maioria dos psicólogos contratados em anos anteriores para desenvolvimento de projectos nas escolas está, desde 31 de Agosto, desempregada, a aguardar pacientemente e na total incerteza que seja autorizada a abertura de vagas para o corrente ano lectivo", sustenta Pedro Teixeira.
A incerteza está instalada e em causa estão apoios ao desenvolvimento psicológico dos alunos, à sua orientação escolar e profissional e às próprias actividades educativas. Os psicólogos têm sido também responsáveis pela aplicação de projectos de combate ao insucesso escolar. O Psiscolas defende um vínculo estável para os psicólogos para que assim possam entrar e progredir na carreira.
A Escola Secundária José Estêvão, em Aveiro, tem um psicólogo para um universo de 950 alunos. Um profissional que conhece os cantos da casa, mas, mesmo assim, não tem tido mãos a medir para dar resposta às solicitações. "O psicólogo acompanha todos os casos que precisam de acompanhamento, não chega para as encomendas", comenta Alcino Carvalho, director da secundária aveirense. Na sua opinião, e se tudo pudesse ser perfeito, o ideal seria ter uma equipa multidisciplinar em cada escola que se concentrasse em várias situações que dizem respeito à comunidade educativa e que, por vezes, não têm o tratamento adequado.
Alcino Carvalho está satisfeito com o trabalho do técnico de psicologia que integra o conselho pedagógico da escola. Além das tarefas inerentes a essa pertença, o psicólogo tem ainda de estar atento às questões relacionadas com a vocação profissional, acompanhar casos mais complexos e fazer a ponte entre alunos, professores e famílias. Para o responsável, os psicólogos "são fundamentais nas dinâmicas próprias das escolas". Quer em ouvir os alunos individualmente, quer na sua participação em projectos que envolvam a comunidade educativa e que a todos diz respeito.
Catarina Agante é psicóloga do serviço de Psicologia e Orientação do Agrupamento de Miragaia e realça, naturalmente, a importância do papel desses profissionais nas escolas e em novas realidades que este ano lectivo despontam. "Os psicólogos são essenciais no contexto escolar, como outros profissionais", sublinha. E há muito para fazer. Desde uma avaliação da própria cultura pedagógica, a respostas a necessidades psíquicas e afectivas. Para que quem precisa de uma mão amiga encontre uma porta aberta.
A instabilidade social e económica, tantas vezes falada e sentida em casa, reflecte-se na escola. Também por isso a existência de psicólogos nas escolas faz todo o sentido. "Justificam-se mais profissionais nesta área até porque há necessidade de trabalhar com as colegas de ensino especial." E não só. O envolvimento dos psicólogos em projectos de educação para a saúde é igualmente bem-vindo, como outras actividades de apoio. Além disso, a fusão de vários agrupamentos demonstra uma nova realidade. Catarina Agante alerta para essa situação e sustenta que é preciso dar respostas em contextos mais abrangentes. A área de intervenção esticou. "Houve uma reorganização e é necessário acautelar o rácio de profissionais à realidade que temos agora", sublinha.
Paula Monteiro é psicóloga, formadora na área e acompanha famílias na resolução de várias problemáticas. Há dois patamares que destaca na intervenção dos psicólogos em contexto escolar. Na orientação vocacional e nas questões que envolvem o insucesso escolar. "Obviamente que a sua intervenção não se resume a estas duas áreas", repara. Na sua perspectiva, é importante a presença nas escolas de um profissional habilitado que conduza as consultas psicológicas e de orientação vocacional, em idades delicadas e em que ter alguém para escutar pode fazer a diferença.
O psicólogo é também uma peça fundamental no que diz respeito ao combate ao insucesso escolar. "Há muitas razões que ajudam a explicar o insucesso escolar e que não se restringem à falta de estudo ou problemas de aprendizagem", sustenta Paula Monteiro. Há outros motivos que, realça, "normalmente só podem ser identificados por uma pessoa que está treinada para os identificar". Há questões transversais - como, por exemplo, a falta de comunicação com os pais - que podem ajudar a perceber a falta de aproveitamento de alguns estudantes.
Sara R. Oliveira

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pais querem mais auxiliares e psicólogos nas escolas

Os pais, através da CONFAP e, mais em concreto, pelo seu presidente, têm mostrado alguma preocupação com a situação vivida nas escolas, relativamente à Acção Social Escolar e à falta de pessoal não docente e de psicólogos.

Apesar das restrições orçamentais, a CONFAP acredita que será possível aumentar o número de funcionários nas escolas e contratar psicólogos para fazerem parte das equipas multidisciplinares previstas no novo Estatuto do Aluno.
«A despesa em Educação é um investimento no futuro», defendo Albino Almeida, recordando que a própria OCDE«aconselhou Portugal a manter a aposta na Educação».
O pais querem, por isso, que a lei passe a definir um rácio de auxiliares de Educação por aluno e que as escolas passem a poder contratar estes funcionários de forma autónoma, «para que não se repitam os problemas que têm marcado o arranque do ano lectivo».
Outra das reivindicações da CONFAP, que «mereceu o apoio de todos os partidos», é a integração de psicólogos nas equipas multidisciplinares «com o intuito de prevenir a indisciplina e a violência, mas também de dar apoio às famílias». (Sol online)

Se em algumas situações anteriores, a CONFAP assumiu algum protagonismo pela colagem política ao governo, neste caso específico, a razão está do seu lado.
Mais especificamente no que respeita aos alunos com necessidades educativas especiais, a falta de psicólogos nas escolas inviabiliza a prestação de apoio e acompanhamento psicológicos, assim como dificulta a realização dos processo de avaliação, seja por motivos de referenciação, seja por outros. Esperemos que esta situação se altere, para bem dos alunos!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Inteligência ditada por 200 genes

A inteligência de cada um é "fortemente herdada" dos seus progenitores. Porém, ao contrário do que se pensava anteriormente, ela não depende de um único gene mas da combinação "certa" de uma rede de milhares de genes, na qual cerca de duas centenas parecem ter particular importância
A conclusão consta de um estudo conduzido no Reino Unido, citado na edição do último fim-de-semana do Sunday Times , e teve por base a análise de mais de 4000 crianças desse país.
A equipa, liderada por Robert Plomin, especialista em Genética Comportamental no King's College, de Londres, focou-se no desempenho destes estudantes em áreas como a matemática, o domínio da língua e a ciência, tentando estabelecer paralelos entre a capacidade demonstrada e o 'material genético' que cada um possuía.
Para isso, foi feita uma triagem em que se combinou a informação dada pelos próprios professores com um extenso conjunto de testes cognitivos conduzidos pelos cientistas.
A comparação das variações genéticas de todos estes estudantes não se anunciava como uma tarefa simples, já que, além de existirem milhões de possíveis combinações dos cerca de 250 mil genes , as diferenças seriam ditadas por pequenas diferenças. Mas, segundo explica o Sunday Times, os cientistas decidiram focar a sua atenção em cerca de um milhão de combinações mais frequentes.
A equipa de Plomin conseguiu isolar cerca de duas centenas de genes que, segundo disse ao jornal britânico o cientista, "parecem ter uma pequena mas significativa relação com a habilidade na matemática e no inglês". Uma descoberta que contraria a ideia de que certas características e comportamentos humanos estão ligados apenas a determinados genes.
O desenvolvimento tecnológico tem permitido aos cientistas estudarem os genes humanos com um grau de detalhe impensável há alguns anos. Uma evolução que tem demonstrado que não é um gene, mas a combinação de milhares, a determinar o potencial para determinadas aptidões psíquicas e físicas ou a propensão para certas doenças.
Com esta sabedoria vem também o risco de os indivíduos passarem a ser avaliados por antecipação. Mas, pelo menos neste caso, Plomin tem uma visão mais optimista. A de que a informação recolhida ajudará a intervir mais cedo junto dos alunos com dificuldades, e assim melhorar as suas perspectivas.

sábado, 25 de setembro de 2010

Matrículas online para o 1.º ano do ensino básico a partir de Janeiro



Em declarações à Lusa a propósito das medidas para o sector previstas na Agenda Digital 2015, João Trocado da Mata indicou que, através do Cartão do Cidadão, os pais poderão aceder a uma plataforma electrónica, a partir de Janeiro de 2011, e inscrever os filhos que no próximo ano lectivo vão iniciar o ensino básico.
Por outro lado, acrescentou o governante, a partir de 2012 serão disponibilizados no Portal da Educação espaços pessoais para os encarregados de educação acompanharem a vida escolar dos educandos, nomeadamente os resultados, as faltas e os sumários da matéria leccionada.
João Trocado da Mata sublinhou que, depois da modernização dos estabelecimentos de ensino, efectuada nos últimos quatro anos através do Plano Tecnológico da Educação, "o desafio que se coloca agora é o de tirar partido do investimento realizado".
"Ou seja, através de disponibilização de serviços e de conteúdos, integrando as tecnologias no processo de ensino e aprendizagem”, referiu, lembrando a ligação das escolas à Internet em fibra óptica e o apetrechamento informático com computadores ou quadros interactivos.
Certificados de habilitações online
No âmbito da Agenda Digital 2015, outro dos projectos passa pela disponibilização online dos certificados de habilitações também para as empresas empregadoras, que vão poder aceder a estes documentos.
Outra novidade é o "Tutor Virtual da Matemática", uma plataforma online de apoio ao ensino e à aprendizagem da disciplina, que arrancará este ano lectivo com um projecto-piloto em três agrupamentos de escolas, mas que até 2015 estará generalizado.
O Governo pretende ainda apostar na disponibilização de cadernos de exercícios virtuais e no aumento dos recursos educativos disponíveis no Portal das Escolas, através dos projectos da biblioteca digital, ciberescola da língua portuguesa e da plataforma virtual de aprendizagem.
Sobre o Plano Tecnológico da Educação, João Trocado da Mata afirmou não ter dúvidas de que Portugal se encontra entre os países mais avançados da Europa no que toca à modernização tecnológica dos estabelecimentos de ensino.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Turmas que não cumprem normas legais

A existência de vários casos concretos de turmas já constituídas em que não é cumprida a legislação em relação às crianças com necessidades educativas especiais (NEE) está entre as denúncias que a Federação Nacional de Professores (Fenprof) levará hoje aos responsáveis da Inspecção-Geral de Educação (IGE), aos quais vai pedir que intervenham para corrigir "ilegalidades" e "arbitrariedades".
Na nota em que anuncia a reunião com a IGE, hoje, a direcção da Fenprof afirma que a lei impõe que nenhuma turma deverá integrar mais do que dois alunos com necessidades educativas especiais e também que, nesse caso, não pode ter mais de 20 alunos. "Mas, no terreno, isso não acontece", denuncia a Fenprof, especificando que existem algumas turmas que chegam a integrar seis e sete crianças com NEE e outras turmas que, apesar de incluírem alunos com aquele tipo de necessidades, são formadas por 25 e 26 estudantes. (...)

Centenas de escolas arrancam sem psicólogos

Centenas de escolas começaram o ano lectivo sem um psicólogo colocado, para apoiar os alunos. A estimativa é da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), que explica que estes profissionais são normalmente colocados através de um concurso especial autorizado pelo Ministério da Educação (ME), ao abrigo do combate ao insucesso e abandono escolar.
Mas o concurso está atrasado, uma situação "particularmente grave", depois de o ME ter anunciado, na terça-feira, as metas da Educação para 2015 em que se pretende reduzir o insucesso e o abandono, aponta Albino Almeida, presidente da Confap.
"A ministra fala do aumento do trabalho com as famílias, na redução do insucesso e abandono escolar, que são tarefas feitas pelos psicólogos e depois o concurso para a sua colocação está atrasado", critica o dirigente. De acordo com alguns psicólogos e com a Confap, o atraso na colocação destes profissionais deve-se à falta de verbas. "É mais uma consequência da contenção de custos", refere o representante dos pais.
As famílias têm denunciado esta falha à Confap. "Recebemos vários pedidos de pais de Braga para que pelo menos os psicólogos que tinham projectos no ano passado continuem este ano", confirma Albino Almeida.
Uma das psicólogas que ainda não sabe se ficará na escola onde deu apoio aos alunos nos últimos três anos é Inês Faria. A responsável pela comissão de educação do Sindicato Nacional dos Psicólogos era a única psicóloga no agrupamento onde estava a trabalhar.
A ausência de um especialista na escola, que tem alunos do jardim-de-infância até ao 12.º ano, faz com que Inês Faria continue a receber telefonemas a pedir a sua intervenção. "Mas não posso ajudar porque oficialmente não estou a trabalhar."
Até que a situação se resolva, os professores não podem referenciar novos casos ou pedir a continuidade do acompanhamento dos alunos, explica Inês Faria. "Até a psicóloga do centro de saúde já me ligou para acompanhar um caso, mas não posso porque não estou a trabalhar", acrescenta.
Maria (nome fictício) também trabalha em escolas há quatro anos. "Sempre concorri em Agosto e em Setembro já estava colocada na escola". "Esta já era uma situação precária: não temos carreira e não somos aumentados e agora o concurso não abriu e ninguém explicou porquê", aponta. Na escola onde estava a dar apoio na zona de Lisboa, Maria fazia "avaliação psicológica, programas de educação sexual e de prevenção de bullying". "Estava envolvida em muitos projectos e agora a escola já me estava a bater à porta", explica.
Alguns psicólogos da zona de Lisboa admitem enviar uma carta aos partidos políticos para discutir os atrasos na sua colocação e a precariedade da carreira. "Desde 1997 que não entram psicólogos para os quadros das escolas", diz Inês Faria. O sindicato não tem ainda nenhuma acção prevista.
DN online

terça-feira, 21 de setembro de 2010

“SER (IN)DIFERENTE – A deficiência na sociedade”

Associação Famalicense de Prevenção e Apoio à Deficiência e a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão irão realizar, no dia 9 de Outubro de 2010, as 2as Jornadas da Deficiência “SER (IN)DIFERENTE – A deficiência na sociedade” que terá lugar na Casa das Artes – Vila Nova de Famalicão.
Objectivo:
  • Sensibilizar a comunidade para a temática da deficiência mental em jovens e adultos, assim como discutir temas actuais que preocupam os pais e profissionais ligados à área da deficiência.
  • Serão abordados temas como: Direitos do Cidadão Portador de Deficiência, a Sexualidade na Deficiência, Escolaridade – Ensino e Aprendizagem e Transição para a Idade Adulta.
  • Pretende-se assim explorar e responder a novos desafios e partilhar experiências entre profissionais e investigadores que possam contribuir para a divulgação de boas práticas de intervenção junto de pessoas com Deficiência Mental.
Público alvo:
Familiares de pessoas com deficiência, Profissionais de Saúde, Técnicos de Reabilitação, Técnicos de Inserção Laboral, Assistentes Sociais, Sociólogos, Psicólogos, Educadores de Infância, Professores, Fisioterapeutas, Terapeutas da Fala, Terapeutas Ocupacionais, Animadores Socio-Culturais e outros interessados.
Temas abordados:
  • Direitos do cidadão portador de deficiência
  • Sexualidade na deficiência
  • Escolaridade – ensino e aprendizagem
  • Transição para idade adulta
Inscrição:
  • 20 euros – público em geral
  • 10 euros – sócios da AFPAD, estudantes e desempregados
Formas de inscrição:
  • Directamente na secretaria da sede da AFPAD
  • Correio (morada da sede da AFPAD)
  • FAX
  • E-mail: jornadas@afpad.org
Cnotinfor

Dicionário de Língua Gestual desvenda Mundo aos surdos

É lançado, hoje, terça-feira, pela Porto Editora, o primeiro dicionário de Língua Gestual Portuguesa (LGP). O local escolhido para a apresentação é a EB 2/3 de Paranhos, no Porto – parte de um agrupamento de referência com quase uma centena de alunos surdos da região Norte.
A visita de jornalistas à escola onde alunos, do 5º ao 9º ano, finalmente tiveram uma oportunidade de sair do silêncio profundo do isolamento, conviver com outros semelhantes e aprender como os meninos ouvintes, causa uma excitação mais perceptível do que quaisquer interjeições de entusiasmo no pavilhão do lado.
A expressividade é natural para quem comunica com as mãos, que tudo querem saber e que nos buscam os olhos, freneticamente. “Qual é o teu nome gestual?”, pergunta-nos o João, traduzido pelo professor que, para eles, é o “C barbudo” (Carlos Afonso). A professora “Sardas” (Olinda) explica-lhes que não temos tal nome e que não sabemos comunicar em LGP. Nesse momento, temos a certeza: a falha é nossa.
E a falha foi também de todo um sistema que, até ao recente decreto lei nº 3/2008, não reconhecia a LGP como língua materna destas crianças, tendo-as deixado à mercê da boa vontade (ou não) dos professores do ensino normal, geralmente com maus resultados. A LGP desenvolveu-se na “clandestinidade”, entre grupos restritos de surdos, sem qualquer forma de poder ser fixada, uniformizada, padronizada.
A importância de um dicionário de Língua Gestual Portuguesa, segundo Carlos Afonso, coordenador da Educação Especial no agrupamento de Escolas Eugénio de Andrade (Paranhos, Porto), reside nesse carácter de registo duradouro, “das palavras e da gramática gestual, capaz de apoiar professores e alunos, sendo uma ferramenta” também de referência, doravante, para a educação bílingue.
A autora, Ana Bela Baltazar, intérprete de LGP há vários anos e conhecida também pela tradução da “Praça da Alegria”, diariamente, na RTP, sabia que “havia uma grande procura por uma ferramenta deste género, sem respostas do mercado”.
Há quatro anos, concebeu o projecto, durante três anos trabalhou nas mais de 5200 entradas do dicionário, com a colaboração do marido – filho de surdos – e, por fim, sugeriu à Porto Editora que o lançasse na escola onde, há muito tempo, foi intérprete de surdos.
“Os surdos, regra geral, dominam muito mal o Português. Espero que, com esta obra, lhes seja mais fácil”, revelou Ana Bela Baltazar.
Os gestos não são estáticos, como tal um dicionário de LGP não poderia basear-se apenas em desenhos ou fotografias.
O dicionário de LGP inclui, por isso, um DVD-ROM com vídeos para cada entrada e vai custar cerca de 30€.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Alunos com currículo específico individual no ensino secundário

No blog têm sido colocadas algumas questões relacionadas com a frequência do ensino secundário de alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente (NEE) que beneficiam da medida educativa de currículo específico individual (CEI).
Estes alunos, após a frequência do ensino básico, vêem-se impossibilitados de prosseguir estudos, ou seja, de frequentar um processo formativo que exija como ponto de partida a conclusão do ensino básico. No entanto, podem, e devem, continuar a frequentar o sistema educativo.
Uma vez que a rede do sistema educativo ainda não proporciona formação profissional, ou outra, específica e certificada, levanta-se a questão de como proceder nestas circunstâncias, que respostas pode o sistema educativo oferecer a estes alunos.
Uma das soluções passa por, no âmbito do plano individual de transição (PIT), integrar estes alunos em turmas de cursos profissionais, quando existem, e de preferência adaptáveis ao seu perfil de funcionalidade, frequentando preferencialmente as disciplinas reconhecidas como “profissionais”, mesmo que, para tal, se proceda a algumas adaptações curriculares. Desta forma, dotam-se os alunos de competências profissionais que serão discriminadas no certificado final de frequência da escolaridade secundária. A restante carga lectiva deve servir para desenvolver outras áreas básicas, através de apoio pedagógico personalizado, como Linguagem e Comunicação, Matemática para a Vida, Autonomia Pessoal e Social, entre outras, definidas de acordo com o perfil de funcionalidade do aluno em causa.
Penso que, nestas circunstâncias, a integração numa turma de um curso profissional (diferente de frequência de um curso profissional) poderá ser uma mais-valia para o aluno e para o seu futuro.
No entanto, a realidade mostra que nem todas as escolas possuem cursos profissionais, nem todos os alunos com NEE podem frequentar as disciplinas práticas! 

Jovem precisa de ajuda

Bernardo Conceição tem 17 anos, mora na Ramada, Odivelas, e sofre de paralisia cerebral, que lhe limita seriamente o movimento. Mas o Bernardo quer andar e a mãe, Anabela, quer responder ao anseio dele.


Notícias frequentes sobre a recuperação de crianças após tratamento intensivo num centro especializado de Cuba levaram Anabela Conceição, viúva e desempregada, a iniciar uma campanha com o objectivo de financiar a viagem e estadia em Havana. Rifas, bailes, donativos, tudo é bem-vindo para que o jovem possa um dia andar pelo seu pé. Mas não tem sido fácil.
O rapaz sofre de paralisia cerebral desde os 20 dias de vida, quando foi submetido a uma intervenção cirúrgica na sequência de uma hidrocefalia. Aos seis anos ficou órfão de pai e as dificuldades financeiras levaram a que interrompesse os tratamentos de medicina alternativa a que foi sujeito nos primeiros tempos. Bernardo ficou totalmente dependente da mãe, que deixou de trabalhar para cuidar dele, mesmo porque os horários da instituição que passou a frequentar (das 08h00 às 16h00) não são compatíveis com um horário regular de trabalho.
Foi em Junho de 2009, durante um passeio para pessoas com mobilidade condicionada promovido pela Câmara de Odivelas, que rapaz e mãe ficaram a conhecer histórias de crianças com paralisia cerebral sujeitas a tratamento intensivo no Centro Internacional de Restauração Neurológica de Cuba. Parecia existir esperança também para o jovem. "Informei--me e eles disseram que podiam ajudar o Bernardo", afirma Anabela. Desde então, os colegas da instituição que o rapaz frequenta mobilizaram-se para angariar fundos. Outras iniciativas, nomeadamente bailes cuja entrada reverte em favor do Bernardo, têm sido organizadas. Tudo junto resultou em oito mil euros. Mas a viagem e a estadia em Havana custam cerca de 30 mil euros. Para o adolescente, a simples possibilidade de andar significa melhoria assinalável de qualidade de vida.

Ninguém sabe se a Lei das Acessibilidades está a ser cumprida por falha de fiscalização

Que espaços públicos e edifícios são inacessíveis a pessoas com mobilidade reduzida? Quais são os "pontos negros" da acessibilidade em Portugal e o que é que está a ser feito pelo Governo e pelos municípios para resolver os problemas? A resposta a estas questões deveria constar dos relatórios anuais que o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e a Inspecção-Geral da Administração Local (IGAL) estão obrigados a fazer desde 2007, ano em que entrou em vigor a lei que define as normas técnicas de acessibilidade. Porém, três anos depois, nunca foi publicado qualquer relatório.

A direcção do IHRU, que assumiu funções em Junho, diz apenas ao PÚBLICO que não há "informação disponível" sobre a matéria, mas garante que está a dedicar-lhe "a devida atenção". A IGAL, que deve enviar um relatório ao IHRU até 30 de Março com os dados de fiscalizações feitas às câmaras, explica que o tema "não tem sido objecto de denúncias". Por isso, não houve qualquer inspecção.
A tutela reconhece que a avaliação não tem sido publicada da forma "desejada". O gabinete da secretária de Estado da Reabilitação, Idália Moniz, diz que o problema está na falta de "harmonização" do Decreto-Lei 163/2006, de 8 de Agosto, com a "nova realidade dos serviços públicos". O Governo pretende "dotar o diploma de uma maior eficácia prática", adaptando-o à nova legislação, como o novo Regime Jurídico da Urbanização e Edificação. A alteração está "em curso e em fase final de conclusão".
Ainda assim, a secretaria de Estado assegura que o diagnóstico que o Instituto Nacional para a Reabilitação tem feito sobre a execução das normas mostra que "os objectivos estão a ser cumpridos". Mas o documento "interno" não pode ser consultado.
Para já, apenas os municípios que estão a elaborar Planos Locais de Acessibilidade - até ao final do ano, deverão estar prontos 20 - terão dados sobre os seus "pontos negros". (...)

Progressão aos 3º e 5º escalões: casos excepcionais

A Portaria n.º 926/2010 estabelece os procedimentos a adoptar nos casos excepcionais em que, pela natureza dos cargos ou funções por ele exercidas, o docente está, de facto, impedido da referida interacção com crianças ou alunos, enquanto requisito necessário para a obtenção das menções qualitativas de Muito bom e Excelente, em sede de avaliação do desempenho, e para a progressão aos 3.º e 5.º escalões da carreira docente.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ensaio sobre a cegueira. Ver de olhos bem fechados

"Devem-lhe estar a fazer alguma surpresa", diz um homem ao meu lado como se me falasse directamente ao ouvido. Calculei, pelo tom de voz, que teria cerca de 30 anos, mas não sei, não lhe vi a cara. Imaginei que fosse alto e ligeiramente careca. Quando não se vê, o cérebro bombardeia-nos com imagens instantâneas para colorir uma realidade negra e todos os sons parecem mais próximos do que são. Esse homem não falava comigo, comentava com alguém a venda que eu tinha nos olhos e seguiu a sua vida. Sei que atravessou a passadeira sem problemas - mas eu não. Tropecei num degrau com pouco mais de um centímetro e assustei-me com o barulho dos carros que passavam rente aos pés. Pensei que em vez de sandálias teria sido melhor ter calçado um par de ténis antes de sair de casa.
O sol do Rossio, em Lisboa, ficou vendado há uns minutos e os outros sentidos começam a despertar do entorpecimento habitual. Percebi que tenho um péssimo olfacto. Nunca precisei dele para identificar os estabelecimentos que àquela hora da manhã começam a retomar a actividade dos dias anteriores. "Consegue identificar que loja é esta pelo cheiro?", pergunta entusiasmado Peter Colwell, 52 anos, técnico de Acessibilidades da ACAPO - que ainda deve ter os dedos da minha mão marcados no braço, com tanta força o agarrava para atravessar as ruas. "É uma livraria. Cheira a livros velhos", arrisco. Não era. Era uma sapataria. "E aqui?", pergunta novamente, com menos esperanças. "Cheira a flores..." Também não era uma florista; era uma farmácia. O barulho de garrafas a tilintar dentro de grades e a serem transportadas para dentro de uma qualquer porta é inconfundível. Estou perto de um café, pensei. Desta vez correu bem.
Estamos na Semana Europeia da Mobilidade e Peter, que conhece mais Portugal e os portugueses do que a Inglaterra (está cá há 30 anos), não poupa críticas no ainda cerrado sotaque britânico. "Há atrocidades arquitectónicas por toda a cidade. Isto não devia acontecer no centro histórico de Lisboa", reclama. "Por exemplo, aqui não há diferenciação de piso, contudo, temos duas passadeiras e um passeio. Se para nós, que vemos, se torna complicado distinguir por onde devemos andar, imagine para um cego. Parece tudo a mesma coisa." 
Os sinais sonoros que ouvimos quando está verde para os peões também estão longe de servir. São ineficazes e poucos. De olhos vendados começo a atravessar a rua a ouvir o som, quando chego ao outro lado já não ouço coisa alguma. "Pedimos para aumentar o som, mas a Câmara de Lisboa veio com a desculpa de que não podia fazê-lo porque os residentes queixavam-se do barulho. E eu pergunto-me: ''Que residentes? Não mora ninguém no Rossio''." Uma passadeira que dá acesso à Rua Augusta, na Baixa lisboeta - uma das mais movimentadas da cidade - precisa deste sistema. Como se faz então?, pergunto. "Tenta-se perceber quando os carros estão parados, ou simplesmente fica-se à espera de ajuda", desabafa, acrescentando que mais de duas mil pessoas são atropeladas anualmente em passagens sinalizadas. 
Mariana Rocha, vice-presidente da instituição, vive no Porto e como tantos outros não vê. "Quando em 1997 saiu a primeira legislação [em que foram instituídos os sinais sonoros e a diferenciação de piso] houve uma grande evolução. Mas estamos a desacelerar. O mais importante continuam a ser os problemas mais simples. É necessário tapar buracos, remover os obstáculos cívicos, como postes no meio dos passeios", diz, acrescentando que coisas simples como horários dos transportes públicos ainda não existem em braile.
Tiro a venda e o Rossio volta a ter luz. Ganhei um novo sentido: o da consciencialização.
I online

Como se aprende a ler?

Nos dias 6, na Reitoria da Universidade de Coimbra, e 7 de Dezembro, no Auditório da Torre do Tombo, organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, o ciclo de conferências Questões Chave da Educação oferece uma oportunidade de debate em que intervirão especialistas, professores, pais e todos os interessados no problema da educação.


Quais são as melhores estratégias para fomentar a capacidade de leitura dos jovens? Um dos responsáveis pelo espectacular sucesso da reforma inglesa explica-nos que o treino da descodifi cação é determinante do sucesso. Uma especialista canadiana mostra-nos alguns dos erros de estratégia de aprendizagem mais frequentes e mais graves. E uma especialista portuguesa apresenta-nos um estudo sobre as virtudes e os erros de alguns dos nossos manuais de leitura. Será que basta desenvolver o gosto para estimular a capacidade de leitura? 


Oradores:


Roger Beard, Universidade de Londres 


Linda Siegel, Universidade de Brown 


Isabel Leite, Universidade de Évora 


Debate moderado por:


Carlos Reis, Instituto de Língua e Literatura Portuguesas da Universidade de Coimbra 




Entrada livre mediante inscrição prévia

Mais informações:http://www.ffms.pt/pt/actividades/questoes-chave-da-educacao.php

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Miopia: Esperança na genética

Duas equipas internacionais, uma sediada em Londres e outra em Roterdão, publicaram recentemente um estudo, na Nature Genetics, sobre a identificação do gene do cromossoma 15 – o RASGRF1 –, implicado no desenvolvimento da miopia forte. Os cientistas têm esperança de conseguir a longo termo que esta novidade venha abrir portas para criar novos medicamentos ou terapias genéticas que travem o seu desenvolvimento.

Com o progresso da investigação genética poderá prevenir-se o desenvolvimento da doença daqui por dez anos, segundo estimam os investigadores. O gene RASGRF1 já era conhecido por influenciar as células nervosas da retina. Os especialistas acordam que não apenas um, mas sim vários genes intervêm no desenvolvimento da miopia.

Uma das investigações, levada a cabo pela equipa de Pirro Hysi, do King's College, foi realizada em 4200 gémeos e a outra, do grupo de Caroline Klaver, do Erasmus Medical Center, abrangiu 15 mil pessoas. Um dos objectivos é determinar a influência respectiva da hereditariedade e dos hábitos de vida no aparecimento da deformação do olho e conseguir bloqueá-la.

Este problema impede o afectado de ver nitidamente ao longe. A maioria das pessoas sofre de miopia fraca e estabiliza por volta dos 25 anos, mas 2,5 por cento são atingidas por miopia forte e evolutiva, que as acompanha praticamente toda a vida. Quem sofre desta maleita corre igualmente o risco de vir a ter outras patologias graves do olho, como glaucoma, problemas da retina ou cataratas precoces.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Açoriana é campeã mundial de atletismo para pessoas com síndrome de Down


A atleta Maria João Silva, que representa a Santa Casa da Misericórdia da Madalena do Pico, Açores, "obteve dois títulos de campeã mundial" nos primeiros Mundiais de Atletismo para pessoas com síndrome de Down, no México.
Segundo um comunicado da direcção regional do Desporto, a atleta açoriana integrou a selecção nacional da responsabilidade da Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual (ANDDI) e "venceu as provas de 400m Marcha - Trissomia 21 (com o tempo de 3:22:46) e 1500m com o tempo de 13:34:50 (recorde mundial), obtendo assim dois títulos de campeã mundial".
"A participação da atleta e treinadora contou com o apoio do Programa de apoio ao desenvolvimento do Desporto Adaptado, da direcção regional do desporto, o qual abrange também o seu treino regular proporcionado pelo CAO da instituição de enquadramento", acrescenta a nota.
Os primeiros Campeonatos do Mundo de Atletismo para pessoas com síndrome de Down decorreram este mês, em Puerto Vallarta, no México, com a participação de representações de 15 países.

Comentário:
Eis um bom exemplo a seguir e a apoiar! Parabéns à atleta e a todos os que contribuíram para o seu sucesso!

Fichas de avaliação global do desempenho do pessoal docente

A concretização do sistema de avaliação do desempenho estabelecido no Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário (ECD), recentemente regulamentado, implica a definição de regras para a calendarização, pelos directores dos agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas, do procedimento de avaliação, bem como para a elaboração do relatório de auto-avaliação. Assim, o Despacho n.º 14420/2010, publicado hoje, determina:
1 — As regras para a calendarização do procedimento de avaliação do desempenho do pessoal docente são as constantes do anexo I do presente despacho, do qual faz parte integrante.
2 — As regras aplicáveis ao relatório de auto-avaliação previsto no artigo 17.º do Decreto Regulamentar n.º 2/2010, de 23 de Junho, são as constantes do anexo II do presente despacho, do qual faz parte integrante.
3 — São aprovadas as fichas de avaliação global do desempenho do pessoal docente, que constam dos anexos III, IV e V do presente despacho, do qual fazem parte integrante, referentes a:
a) Exercício efectivo de funções docentes, incluindo de coordenador de departamento curricular e de relator;
b) Período probatório;
c) Ponderação curricular.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

MAL-EDUCADOS OU HIPERACTIVOS?

 
Tem um aluno com sete ou mais anos que nunca está quieto e concentrado, responde quando não é a sua vez, não respeita as regras, interrompe constantemente os outros, procura gratificações imediatas e lida mal com a frustração. A acrescentar a tudo isto, concluiu, através de conversas com os pais, que este tipo de comportamento também é frequente noutros contextos. Se assim é, provavelmente a criança não apresenta os comportamentos anteriormente descritos para o desafiar, mas porque apesar de saber o que deveria fazer não é capaz de se controlar, ou seja, poderá apresentar uma Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA). Note-se que esta perturbação é relativamente frequente, uma vez que afecta 3% a 7% das crianças em idade escolar, podendo 50% destas sofrer da doença durante toda a vida. A desatenção, a impulsividade (desinibição comportamental) e a hiperactividade são consideradas os três sintomas centrais deste distúrbio.

Embora se continue a discutir qual a origem da PHDA, considerando os americanos que tem uma origem biológica e os ingleses que está relacionada com factores sociais e familiares, o que é sem dúvida fundamental é a intervenção, que deverá ser o mais precoce possível.
A maior parte das crianças a quem foi detectada hiperactividade têm vantagem em ser medicadas com psicoestimulantes, uma vez que estes ajudam a ter maiores períodos de atenção. Apesar de a medicação ser muito importante, pais e professores têm também um papel fundamental na redução ou eliminação da hiperactividade, mediante a aplicação correcta dos princípios de modificação do comportamento.
Todos os educadores devem sempre ter presente que a desinibição comportamental apresentada por estas crianças não é voluntária, mas sim o resultado de uma desregulação. Este facto obriga por si só a que os gritos, ameaças e punições físicas sejam substituídos por regras explícitas, uma vez que estas são mais eficazes e menos frustrantes. Todos os esforços feitos pela criança no sentido de se autocontrolar devem ser valorizados, ao passo que os comportamentos desajustados, sempre que possível, devem ser ignorados.
Na sala de aula a criança deverá ocupar a primeira fila e os professores deverão supervisionar de forma sistemática o seu trabalho. Estes deverão também autorizar a criança a levantar-se.

Como o hiperactivo tem muita dificuldade em manter a atenção, é muito importante que os professores lhe dêem tarefas curtas, bem definidas e bem sequencializadas. Em relação a estes alunos, os professores deverão também fazer uma gestão adequada de reforços positivos e penalizações. Isto é, devem elogiar a criança quando esta termina a tarefa e penalizá-la quando tal não acontece. Deve também ser organizada uma folha de registo para anotar os progressos do aluno. Programar actividades em que a criança possa expressar-se corporalmente ou relaxar, de, pelo menos, meia em meia hora é também uma estratégia a adoptar.
Para além de tudo o que já foi referido, resta acrescentar que uma dose extra de paciência e de autocontrolo será também fundamental para lidar eficazmente com estes “bichinhos carpinteiros”.
Adriana Campos
Aqui, via http://especialid.blogspot.com/

Escola "não abandona os alunos"

Numa entrevista, publicada no Público, a Ministra da Educação, afirma convictamente que a realidade  educativa é desconhecida da generalidade da opinião pública. Isso permite-lhe proferir afirmações completamente desfasadas da realidade. De facto, a Ministra da Educação está mal informada. Vejamos:
P- Não deixa de ser notório o contraste do retrato que faz com o de uma avaliação do Conselho Nacional de Educação, em que se diz que "somos quase o único país europeu que não encontrou soluções para apoiar os alunos" com dificuldades.
ME- Nós damos apoio aos alunos, aos que têm dificuldades, aos que têm necessidades educativas especiais; damos em vários domínios. Somos um país que dá apoio aos alunos. Não me revejo nessa citação. É uma questão de conhecimento da realidade e não de optimismo. Os professores estão muito atentos e investem muito nos alunos com dificuldades.

A realidade, pelo menos a "nossa" realidade, revela que os apoios foram cortados: 
- no âmbito da intervenção do Centro de Recursos para a Inclusão, de 8 horas de serviço de psicologia passámos para zero (!!); 
- após a avaliação da implementação do projecto, verificámos que, dado o aumento de alunos, necessitaríamos de mais horas de terapia ocupacional. Perante isso, a DREC atribuiu as mesmas 3 horas, onde se incluem as deslocações da terapeuta; 
- de terapia da fala, dadas as carências, solicitámos mais horas, tendo sido atribuídas as mesmas, não sendo, porém, suficientes para dar resposta a todos os alunos;
- o agrupamento tinha um psicólogo contratado. Até à data, ainda nada se sabe quanto à abertura de novo concurso, encontrando-nos sem essa valência.
Enfim... é a realidade diferente da Ministra da Educação!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Bom ano lectivo

Mais um ano lectivo que se inicia. Tudo indica que se avizinham mais uns tempos conturbados. No entanto, haja alguma esperança. Acima de tudo, desejo um bom ano a todos: colegas, amigos, visitantes do blog! Tudo de bom!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cientistas fazem avanços na “leitura do pensamento”



Transformar ondas cerebrais em palavras pode ser uma forma de “ler o pensamento” de pessoas incapacitadas de falar devido a paralisia. Um grupo de cientistas da Universidade de Utah conseguiu mostrar num estudo que isso será possível.
A equipa liderada pelo bio-engenheiro Bradley Greger concebeu um mecanismo em que 16 eléctrodos formam uma “grade”, de apenas alguns milímetros. Os cientistas implantaram dois destes mecanismos nos centros de fala do cérebro de um paciente epiléptico.
No artigo, publicado no «Journal of Neural Engineering», explica-se que os cientistas ligaram o sistema a um computador e deram-lhe dez palavras (consideradas úteis para uma pessoa paralisada): ‘sim’, ‘não’, ‘fome’, ‘sede’, ‘olá’, ‘adeus’, ‘mais’ e ‘menos’.
Gravaram, depois, os sinais do cérebro enquanto o voluntário repetia as palavras. Posteriormente, tentaram descobrir quais os sinais cerebrais que representavam cada uma delas. Conseguiram distinguir os sinais cerebrais correspondentes, com 76 a 90 por cento de eficácia.
Bradley Greger afirmou já que este estudo preliminar poderá desenvolver-se para que dentro de três anos seja possível conceber uma máquina de “tradução”.
Este sistema poderá ser útil para quem sofra de paralisia. "Os pacientes poderem transmitir o que pensam pode ser um grande avanço para a sua autonomia", acredita o investigador.

FNE pretende ver ajustamentos nos agrupamentos e nos departamentos

O Secretariado Nacional da FNE defende uma revisão do regime de administração das escolas, considerando necessário alterar a forma de constituição do Conselho Pedagógico.
“Deve ser constituído por coordenadores de Departamento Curricular que sejam eleitos pelos professores, salvaguardando a necessidade de terem formação específica”, acrescentou João Dias da Silva.
A FNE quer também uma reformulação dos departamentos curriculares, com um departamento específico para a educação especial.
Público online

Alunos e professores portugueses têm mais tempo de aulas

Por ano, os alunos portugueses entre os 7 e os 14 anos têm um maior número obrigatório de horas de aulas do que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mas a percentagem deste tempo que se encontra destinada à aprendizagem da leitura, expressão escrita, matemática e ciências está abaixo da do conjunto dos 32 Estados que pertencem àquela organização, revela o relatório sobre o estado da Educação - Education at Glance - divulgado terça-feira pela OCDE. Na edição deste ano, que tem como base dados de 2008, a OCDE privilegiou a aposta no ensino superior, salientando que mais formação poderá ser um antídoto contra o desemprego e baixos salários.
A maior diferença no número obrigatório de horas de aulas situa-se no grupo dos 7 aos 8 anos. Em Portugal tinham 855, enquanto a média dos países da OCDE era 759. Entre os 9 e os 11, este número passou por cá para 849 (802 na OCDE), nos 12 a 14 anos era de 800 ( 886 OCDE). Só aos 15 anos é que esta tendência se inverte, com a média na OCDE a ir às 902 horas e em Portugal a situar-se nas 872.
Entre os 12 e os 14 anos, do tempo obrigatório de aulas, 34 por cento é dedicado em Portugal ao ensino da língua portuguesa, matemática e ciência, quando no conjunto dos países da OCDE esta fatia se situa nos 41 por cento. Entre os 9 e os 11 anos, esta diferença é de quatro pontos, mas a percentagem de tempo consagrado a estas matérias é maior em ambos os casos - 44 por cento em Portugal, 48 na média da OCDE.
Publico online

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Cientistas israelitas criaram sapatos que ajudam pessoas com deficiência a caminhar

Em Israel, cientistas criaram um sapato especial que pode ajudar pessoas com problemas de locomoção a voltar a andar.
O cérebro comanda os movimentos, isso é aprendido desde cedo, mas quando a parte cerebral correspondente à coordenação motora está danificada, as pessoas têm dificuldades em andar. O sapato inverte esse comando, ajudando as pernas a “dizerem” ao cérebro o que fazer durante uma caminhada.
Os pacientes vão ter de usar os sapatos até que o cérebro reaprenda a comandar os movimentos das pernas. A ideia é que, no fim do tratamento, consigam a reabilitação total – ou seja, deixem de usar as muletas definitivamente.

Pensamento e linguagem em crianças com síndrome de Down: um estudo de caso da concepção das professoras

O objetivo desse trabalho é analisar a concepção das professoras sobre a importância da linguagem verbal para o processo de interação social na sala de aula com os alunos que têm síndrome de Down.
O foco teórico parte da concepção de Vygotsky sobre pensamento e linguagem, para quem a estruturação do pensamento é resultado das interações sociais, nas quais a linguagem engloba os planos semântico e fonético. Nesse caso, a criança com síndrome de Down compreende satisfatoriamente as unidades semânticas da palavra, mesmo não as expressando verbalmente.
Fizeram parte dessa pesquisa três professoras de alunos com síndrome de Down da rede pública de ensino regular da cidade de Macapá. As informações foram obtidas inicialmente através de um teste de sondagem e posteriormente por meio de um roteiro de entrevistas feito com as professoras e transcrito cuidadosamente para uma caderneta de anotações reservada para cada participante.
Os resultados alcançados nos mostram que as professoras não interagem com as crianças com síndrome de Down porque não acreditam no aprendizado das mesmas, em função da ausência da linguagem expressiva. Logo, não têm ocorrido mediação e construção do conhecimento científico, permanecendo, assim, a fragilidade quanto ao desenvolvimento cognitivo e linguístico das crianças com síndrome de Down dentro do espaço escolar.

Artigo completo aqui.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Workshop do CENTRO ABA - Comportamento Verbal - Linguagem e Comunicação


Esta acção de formação terá o objectivo de apresentar estratégias comportamentais aplicáveis no ensino da linguagem e da comunicação.

Vão ser discutidos objectivos a serem ensinados, bem como a implementação eficaz do seu ensino.

Programa 

9h30 Recepção dos participantes 
10h -11h15 Operantes Verbais 
11h15h-11h30 Coffee Break 
11h30-12h45 Estratégias para a implementação do Ensino 
13h Fim da Apresentação 

Formadora: Nicole Dias
Psicóloga , Centro ABA

Reut Peleg
Analista Comportamental, Centro ABA

ABA- Centro de Terapias Comportamentais - Av. de Sintra, Lote 2 2750-494 Cascais
Tel. 21 483 93 13
Fax. 21 483 93 15
Tlm. 93 144 01 97
E-mail: geral@centroaba.com
Url. www.centroaba.com 

Data: 9 de Outubro
Local: Infantário Óga Mita - rua do Lidador, nº 336 
4100-304 Porto

Preço - 20€


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