sábado, 30 de agosto de 2008

Fenprof teme que 40 mil fiquem de fora


A Federação Nacional de Professores (Fenprof) teme que entre 35 mil e 40 mil docentes tenham ficado sem colocação e prepara acções de protesto para segunda--feira. "Estamos em crer que a situação se vai manter ou mesmo agravar: 35 a 40 mil professores, senão forem mais, não vão poder exercer as suas funções", disse à Lusa o coordenador nacional João Louceiro, frisando que a maioria dos docentes sem colocação exercia funções no ano passado.



Comentário:

No entanto, existe a carência de docentes de Educação Especial nos Agrupamentos porque as equipas de apoio às escolas ainda não realizaram o processo de monitorização. Enquanto tal procedimento não se realizar, não são colocados mais docentes,como foi transmitido pela DRE.

Entretanto dá-se o arranque do novo ano lectivo e as carências vão continuar a verificar-se com prejuizo para os alunos que ficam sem o apoio de docentes de Educação Especial, à semelhança do ano anterior.

Número de professores já colocados nas escolas portuguesas ascende a 125 mil

O número de professores já colocados nas escolas portuguesas ascende a 125 mil, o que para o Ministério da Educação significa que "as escolas estão dotadas com o número de docentes necessário ao seu normal funcionamento".
O gabinete da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, anunciou em comunicado emitido ao princípio da noite de hoje que, "neste momento, estão colocados 92.366 professores de Quadros de Escola e 29.133 dos Quadros de Zona Pedagógica".
"A estes 121.499 docentes dos quadros acrescem 3566 contratados a quem foi renovada a colocação. Ou seja, entre professores dos quadros e contratados, as escolas contam já com cerca de 125 mil docentes", precisa.
Segundo o Ministério da Educação, as colocações que faltam fazer destinam-se a colmatar "necessidades residuais, que todos os anos surgem, fruto da variação do número de alunos e de turmas dos diferentes ciclos e cursos".
As "necessidades residuais" foram recolhidas pela Direcção-Geral de Recursos Humanos da Educação (DRGHE), mediante proposta dos órgãos de gestão dos estabelecimentos de educação e de ensino (escolas e agrupamentos de escolas), refere também o gabinete da ministra da tutela.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

ReWalk pode ajudar paraplégicos a andar

Um fato desenhado por uma empresa israelita pode devolver a capacidade de andar às pessoas que perderam o controlo dos seus membros inferiores. Este novo sistema só deverá ser comercializado a partir de 2010.
Para ver o vídeo exemplificativo, clicar em Público Online.

Mais de mil escolas com melhor acesso à Internet no próximo ano lectivo


Mil e duzentas escolas públicas com Ensino Básico (2º e 3º ciclos) e Secundário vão aceder à Internet em todos os locais dos estabelecimentos no próximo ano lectivo, na sequência de um contrato hoje assinado entre Ministério da Educação e a Portugal Telecom.

O contrato permitirá a implementação de Redes de Área Local nas escolas públicas abrangidas pelo Plano Tecnológico de Educação (PTE), sendo considerado "um dos maiores projectos mundiais de instalação de redes locais".

O coordenador do PTE, João Trocado da Mata, refere em comunicado que "este projecto é pedra angular do PTE, ao permitir a disponibilização de conteúdos, formação e serviços à distância em toda a escola". "Inserido no eixo da tecnologia, o programa de redes de área local irá dotar as escolas de infra-estruturas de rede Ethernet e WiFi e respectivos sistemas de gestão. O contrato, orçado em 51 milhões de euros, prevê a instalação, manutenção, operação e gestão das redes", segundo o responsável.

O PTE é um programa de modernização tecnológica destinado às escolas portuguesas. Repartido por três eixos - tecnologia, conteúdos e formação - engloba a instalação de equipamentos, plataformas de e-learning e de gestão escolar e sistemas de formação e certificação de competências tecnológicas.

Cerca de 1200 escolas terão, já no próximo ano lectivo, um computador por cada cinco alunos, "rácio que colocará Portugal entre os países europeus mais avançados neste domínio", segundo o PTE.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Aumentos no Orçamento de Estado não colmatam últimos cortes, acusa Fenprof

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) considerou que os eventuais aumentos de verbas destinadas aos ministérios da Educação e do Ensino Superior para 2009 "não colmatam" os cortes dos últimos anos, nem permitem resolver os "problemas" existentes.
O jornal “Diário Económico” avançou os "plafonds" preliminares de despesas para o Orçamento de Estado de 2009, que indicam um aumento de 10,8 por cento das despesas de investimento e 3,4 por cento das despesas de funcionamento do Ministério da Educação (ME).
Em comunicado, a federação sindical recorda o valor da verba para a Educação em 2008 que "atingiu o mínimo histórico de 3,5 por cento do Produto Interno Bruto, na sequência de sucessivas reduções verificadas ao longo da actual legislatura".
Ao confirmar-se esse aumento de verbas para o ME, a federação alerta que não irá resolver os "problemas", como as "mudanças necessárias" nos actuais estatutos de carreira - para a "justa revalorização material e social dos profissionais docentes" -, uma "maior estabilidade no emprego" e uma "política de combate ao trabalho precário num momento em que o número de professores fora da profissão é superior a 30 por cento dos que se encontram no activo".
A rede pré-escolar é outro problema apontado pela Federação, recordando que há 70 mil crianças que estão fora do sistema público, assim como a "tendência regressiva no apoio a crianças com necessidades educativas especiais", havendo actualmente menos 40.000 alunos com apoio educativo especializado.
Por outro lado, a Fenprof afirma que existe "um claro défice de professores", designadamente para o desenvolvimento de projectos de promoção do sucesso escolar e de combate ao abandono", apesar dos programas desenvolvidos pelo Governo que "conferem novos diplomas supostamente correspondendo a novas qualificações, mas que, na prática, não se transformam em ‘novas oportunidades’ para os trabalhadores portugueses".
"É pouco o investimento na formação especializada e complementar de docentes em áreas fundamentais como são a da educação especial, da gestão curricular ou da supervisão educativa, ao mesmo tempo que a formação contínua está, praticamente, sem financiamento, o que tem obrigado milhares de professores, ilegalmente, a pagarem a sua própria formação profissional, a qual é do interesse geral do país", sustenta a estrutura sindical.
Notícia completa em Público Online

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ensino especial: maioria dos países da UE não tem docentes preparados

Espanha, Itália, Reino Unido e República Checa são dos poucos países da UE onde existem docentes especializados na integração de alunos com necessidades especiais e de crianças imigrantes, segundo um estudo hoje divulgado.
Elaborado pela Rede de Informação sobre Educação na Europa (Eurydice), o documento faz também referência a Portugal, indicando que é dos poucos países da União Europeia (juntamente com a Holanda e Reino Unido) que têm levado a cabo uma reflexão completa sobre o papel dos professores, levando a uma renovação global do seu estatuto e condições laborais.
O documento, que analisa a autonomia pedagógica e as condições laborais dos professores nos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), Noruega, Islândia e Principado de Liechtenstein, lamenta que o resto da Europa não siga o exemplo da Espanha, Itália, Reino Unido e República Checa.
Segundo o estudo, são "escassos" os países europeus que criaram funções específicas dentro das escolas para ajudar os estabelecimentos de ensino a lidar com "questões sociais mais globais", como a integração de alunos imigrantes e com necessidades educativas especiais, a diversidade social e a igualdade de oportunidades para os estudantes com dificuldades. A Eurydice sublinha a importância destes professores, que fazem a ligação entre a escola e as famílias, participam no controlo do absentismo ou nas visitas familiares.
O estudo destaca também que a profissão de docente na Europa se encontra "em plena evolução" e que nas últimas décadas as responsabilidades dos professores na maioria dos Estados-membros têm aumentado, levando a um aumento da sua carga laboral. Por outro lado, o documento indica ainda que a formação contínua dos professores é considerada uma obrigação profissional em mais de vinte países europeus.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Competências das escolas inalteradas

Ao contrário do que estava inicialmente previsto, a transferência de competências para as autarquias das escolas até ao 9º ano não vai avançar em Setembro, devido ao facto de a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) ter rejeitado o documento final apresentado pelo Ministério da Educação.
A ANMP justifica a rejeição com o facto de considerar que o Governo não respeitou alguns dos pontos acordados. A Associação aguarda agora uma resposta por parte do Ministério tutelado por Maria de Lurdes Rodrigues “sobre um conjunto de questões levantadas”, afirmou o vice-presidente da ANMP, António Ganhão.
O Ministério da Educação pretendia que as competências com o pessoal não docente e com o parque escolar passassem a ser da responsabilidade das autarquias já no início do próximo ano lectivo. No entanto a ANMP recusa, queixando-se de problemas financeiros mal resolvidos, inexistência de percentagens de pessoal a contratar e falta de articulação entre Escola e Câmara.
“A maioria das autarquias não vai contratualizar com o Ministério da Educação a transferência de competências. As que o farão servirão como experiência piloto, que pode ser importantíssima para análise e avaliação futura”, afirmou António Ganhão.
Comentário:
Eis a política edcuativa do determinismo e... do volta atrás!
Congratulo-me pela ponderação das Associação Nacional de Municípios Portugueses em não ter caído na apetecível tentação do poder e do controlo local! Até quando vai manter esta postura?!

Maior investimento na Educação


Segundo o Diário Económico, o ministério da Educação será um dos mais beneficiados no Orçamento de Estado para 2009. Os primeiros primeiros tectos de despesa fixados para o próximo ano, assinalam que este ministério é dos mais privilegiados quer ao nível das despesas de funcionamento quer ao nível do investimento.

O ministério da Educação terá um aumento de 10,8% nas despesas de funcionamento, enquanto o investimento registará um incremento de 3,4% face ao previsto no Orçamento de Estado para 2008.

Também o ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior será um dos contemplados com um maior aumento nas despesas no Orçamento de Estado para 2009.O investimento neste ministério será de 490 milhões de euros, o que reflecte uma subida de 13,3%. As despesas de funcionamento crescerão 39,9%.
Comentário:
Vamos aguardar pelas medidas a tomar! Se seguirem o rumo das actuais, para onde vai o aumento de verbas?!! Com que finalidade?!! Pois... é ano de eleições legislativas?!!!

Doença celíaca


A doença celíaca é uma doença auto-imune, o que significa que o corpo vai reagir contra o próprio corpo, neste caso contra o revestimento, a "pele" do intestino chamado mucosa.
Para se sofrer de doença celíaca (DC) é necessário ter uma herança de genes que tornam a pessoa sensível ao contacto com o glúten e, obviamente, entrar em contacto com o glúten. O glúten é um componente da proteína dos cereais como o trigo, o centeio e a cevada. Se se herdar a susceptibilidade ao glúten mas se nunca o ingerir nunca se terá DC.
O que é a DC?
A DC dá o que chamamos síndrome de mal-absorção ao atingir o intestino. O intestino tem metros de superfície para absorver os alimentos e passa a ter menos superfície porque os dedos da mucosa dos intestinos - as vilosidades - encurtam-se até a mucosa deixar de os ter e se chamar mucosa plana. A mucosa plana não consegue aproveitar o que comemos e então começam os sintomas e sinais da doença.
Como suspeitar de DC?
O seu(sua) filho(a) fica com diarreia prolongada que dura mais de três semanas ou até meses, apresenta uma barriga grande, emagrece, fica pálido e irritado. Pode ter anemia por deficiência de ferro e não conseguir deixar de ter, mesmo tratando convenientemente com ferro. A doença só começa depois de a criança comer glúten. O glúten deve ser introduzido aos seis meses de vida e se nessa altura o seu filho apresentar estes sintomas, deve levá-lo ao médico para fazer rastreio de DC.
Como se faz o rastreio de DC?
O rastreio faz-se através de uma análise ao sangue. A análise tem que obrigatoriamente conter IgA total e um anticorpo, o anticorpo antitransglutaminase. Para qualquer ponto do país, ou se estiver em zonas do país que têm experiência em DC, poderá ser o anticorpo anti-endomísio em hospital ou laboratório com experiência. Se o resultado for positivo é essencial que o seu filho continue a comer glúten até fazer uma biopsia ao intestino.
Como fazer se o rastreio for positivo?
Se o rastreio for positivo, o seu médico deve orientar o seu(sua) filho(a) para um especialista em gastrenterologia pediátrica, que fará a biopsia ao intestino. A criança adormece com anestesia e faz-se uma endoscopia. Com um tubo fino vai-se até ao intestino delgado e colhe-se uma pequena quantidade de mucosa que vai ser analisada, se se encontrar uma mucosa plana inicia dieta sem glúten. O especialista em gastrenterologia vai então explicar-lhe como se chega ao diagnóstico definitivo de DC.
Quando já sei que tem DC o que fazer?
A dieta sem glúten é para toda a vida. A DC é uma doença crónica. A exclusão do glúten tem de ser total, e, se for católico, inclui até as partículas sem glúten para comungar (hóstias). As batatas, o arroz, a carne, o peixe, os ovos, os legumes, a farinha de fécula de batata, o milho, a fruta não têm glúten, por isso o(a) seu(sua) filho(a) poderá fazer uma dieta equilibrada e normal com estes produtos que não têm glúten. Para que o seu filho não se sinta diferente das outras crianças, deve poder comer pão, bolachas e bolos - para isso, há as farinhas de fécula de batata e farinhas sem glúten produzidas por empresas especializadas que o seu médico e a associação de celíacos conhecem e que devem informar quais são para poder comprar estes produtos a preços mais acessíveis.
Outros sintomas de DC
Mas nem sempre o diagnóstico de DC é tão fácil. Por vezes, em vez de diarreia, a criança pode não conseguir expelir as fezes (obstipação) e ter dores de barriga frequentes, sintomas associados, geralmente, a uma barriga grande e a uma estagnação do peso. Nos adolescentes, pode provocar o não aparecimento da menstruação nas raparigas, paragem no crescimento, dores de barriga, anemia por deficiência de ferro ou depressão.
A DC deve ser rastreada em crianças com síndrome de Down, diabetes tipo 1, tiroidite, baixa estatura, e, já agora, pense em si, em casos de osteoporose precoce e infertilidade. Esta doença, como todas as doenças auto-imunes, é mais frequente no sexo feminino.
Os celíacos são normais?
Pessoalmente já fiz o diagnóstico a 56 crianças e adolescentes celíacos.
São pessoas normais, criativas, que, depois de serem confrontadas com a doença, habitualmente se afastam de práticas de vida não saudáveis. Não se consegue distinguir um celíaco de uma outra criança ou adolescente não celíaco e esse é o objectivo do tratamento de uma criança celíaca - que seja um celíaco assumido e não uma criança com uma doença.
Experiência de uma adolescente com DC
Uma adolescente que não veio à consulta, mas foi detectada por rastreio numa escola de Braga, testemunha que "desde que deixei de comer glúten sinto um bem-estar tão grande e as minhas colegas dizem que fiquei bonita. Eu sentia-me muito mal, mas como sempre me senti assim só agora percebo que não era normal". É por isso muito recompensador fazer este diagnóstico porque o bem-estar que se proporciona com o diagnóstico e tratamento de DC é óbvio.

sábado, 23 de agosto de 2008

Bons hábitos são o melhor para combater insónias

Combinar alguns hábitos ajuda mais a conciliar o sono do que recorrer a medicamentos, que têm efeitos secundários e não podem ser uma solução para toda a vida. Investigadores alemães fornecem algumas pistas.
Ir para a cama só quando se está cansado e pronto para dormir. Este é um dos conselhos dados por investigadores do Instituto Alemão para a Qualidade e Eficiência dos Cuidados de Saúde. Eles acrescentam que ler ou ver televisão na cama pode fazer desaparecer a sonolência. Antes de se ir para o quarto, deve-se adoptar a prática de algumas técnicas de relaxamento que levem uma pessoa a "desligar" os botões. Evitar o álcool ou bebidas com cafeína é outro dos segredos. "Poucos sabem que o álcool é uma das principais causas de uma má noite de sono, apesar de associarem esta experiência ao café, ao chá ou à coca-cola", adverte o director do instituto, Peter Sawiki.
Das observações feitas, os investigadores avançam com outro conselho: se não se consegue dormir, o melhor é não se fixar obstinadamente nessa dificuldade e sair da cama para se entreter com qualquer coisa. Outra das receitas para melhor dormir é acordar sempre a uma hora certa.
Um em cinco adultos dos países industrializados sofre de insónias pelo menos numa fase da vida.
Justificação:
Embora este post não esteja relacionado com as questões da educação especial e de política educativa, penso que tem algum interesse para muitos de nós, professores, sobretudo nesta fase conturbada de início de ano e de adaptação a esta panóplia de alterações na carreira docente e na autonomia, administração e gestão das escolas.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Associação vende trabalhos feitos por autistas para angariar fundos

Está patente em Agosto, na Travessa da Ermida, em Belém, uma exposição com peças produzidas na Oficina de Artes da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA)
As peças que integram a exposição são fruto do talento e imaginação dos artistas da APPDA, os quais reutilizam os mais diversos materiais para dar vida a obras de grande sensibilidade estética.
Os visitantes poderão levar os trabalhos para casa, enquanto ajudam esta associação, pois o valor angariado com a venda das obras reverte integralmente para a APPDA- Lisboa.
INFORMAÇÃO ÚTIL:
Horário de Funcionamento: De Quarta-feira a Domingo, das 11h às 13h e das 14h às 17h.

Morada: Travessa do Marta Pinto, 211300-390 Lisboa (perpendicular à Rua de Belém) - www.ermidabelem.com

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Computadores Magalhães entregues em 2009


Processo será tratado nas escolas e o código de validação para aquisição do computador será entregue às famílias no decorrer do próximo ano. O portátil pode ser levado para casa e o acesso à Internet é facultativo.
O anúncio da distribuição de 500 mil computadores portáteis com a acesso à Internet para alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico foi o primeiro passo. O segundo é ter acesso ao computador baptizado de Magalhães em homenagem ao navegador Fernão de Magalhães, que realizou a primeira viagem de circum-navegação do mundo. As escolas estão responsáveis por identificar os alunos interessados em aderir ao programa e.escolinha, no âmbito do e.escola, para ter acesso ao computador Magalhães, e por distribuir os códigos pelas famílias com base nas matrículas feitas.
É necessário preencher um formulário online. Tudo indica que o processo será semelhante ao da aquisição dos portáteis pelos professores e, dessa forma, o documento deverá ser colocado no site do e.escolas, www.eescola.pt. O código de validação para o acesso aos computadores chegará às famílias interessadas no decorrer de 2009. Até ao momento, ainda não foi definida uma data a partir da qual isso possa acontecer. Os computadores serão entregues nos estabelecimentos de ensino que terão a tarefa de fazê-los chegar às mãos dos estudantes. É tudo tratado no seio da escola.
O computador é gratuito para os alunos que estão inscritos no primeiro escalão da acção social escolar e custará 20 euros para os que estão no segundo escalão. O custo para as crianças não abrangidas pelo apoio escolar é de 50 euros. O Magalhães pode ser levado para casa. Nesse sentido, os pais interessados em mais uma ligação à Internet poderão fazê-lo a custos reduzidos, junto dos operadores.
Mais unformações edetalhes técnicos sobre o computador em educare.

Saúde, bem-estar e aprendizagem

Aprendemos melhor quando nos sentimos bem e recordamos melhor aquilo que tem uma conotação forte (positiva ou negativa, mas mais vale que seja positiva, obviamente).
O que há de comum entre um médico que "receita" livros" e um professor de hidroginástica que "força" sorrisos? Existe a consciência de que o bem-estar é fundamental para a saúde e, principalmente no primeiro caso, o conhecimento profundo e o estabelecimento de empatia com quem se trabalha. E o que tem tudo isto a ver com educação e com a escola? É que, se o bem-estar é fundamental para haver saúde, ele também é muito importante para promover a aprendizagem.
É verdade, num artigo anterior, falei de um médico que me "receitava" livros. Não o fez na primeira consulta. Começou a fazê-lo quando já me conhecia suficientemente bem. Todos se mostraram sempre adequados à situação que me tinha levado à consulta e à minha pessoa. Uma amiga falava-me das suas aulas de hidroginástica. O professor, além de verificar a execução dos exercícios e a sua correcção, mostrava-se atento à forma como cada aluno se sentia. Se a sua postura revelava uma execução com o pensamento noutro sítio, ele chamava a atenção da pessoa, imitando os seus movimentos e repetindo-os, depois, com energia e vontade (técnica do "espelho"). Se ele via um semblante mais carregado, chamava igualmente a atenção da pessoa, mostrando uma cara carregada e, em seguida, um sorriso aberto. Garantia a minha amiga que, com ela, isso surtia um efeito imediato, comentando: "Como se pode manter pensamentos desagradáveis e, simultaneamente, um sorriso, ainda para mais quando ele é induzido por alguém que mostra interessar-se por nós e que sabemos que vai continuar atento ao que se passa connosco?".
Também na escola o bem-estar é importante, como já referi, não só para a saúde mas também para a aprendizagem. Aprendemos melhor quando nos sentimos bem e recordamos melhor aquilo que tem uma conotação forte (positiva ou negativa, mas mais vale que seja positiva, obviamente). O bem-estar implica muitas facetas. Pode alguém sentir-se bem numa sala com temperaturas gélidas no Inverno, que obrigam a usar casacos grossos, prendendo os movimentos, sem afugentarem totalmente o frio? E nas mesmas salas, no Verão, em que, ao mesmo tempo em que se tenta aprender Inglês ou Matemática, se pratica sauna? Escolas assim, mesmo que os alunos sejam interessados e bem comportados, não lhes oferecem as necessárias condições para que possam estar com atenção nas aulas, nos muitos dias do ano em que as temperaturas são mais rigorosas.
O bem-estar implica também o relacionamento interpessoal. Numa escola, muitas são as pessoas implicadas, nomeadamente, os alunos, os professores, os auxiliares de acção educativa e restantes profissionais. Da intervenção e da interacção de todos eles depende muito o ambiente que se vive. O tamanho da escola e o seu número de alunos são factores importantes. Temos ouvido falar muito das escolas com poucos alunos, devido ao seu encerramento. Não se ouve, porém, falar tanto dos problemas acarretados por escolas com um número excessivo de alunos, que ultrapassa o limite comportado pelos estabelecimentos de ensino em causa. Por um lado, torna-se difícil que cada aluno possa ser conhecido pela generalidade dos adultos, para além dos seus próprios professores e um ou outro auxiliar de acção educativa. Por outro lado, a sobrelotação, entre outros problemas, fomenta a agressividade entre os alunos, assumindo formas diversas, tais como bullying, agressões físicas ou verbais de carácter mais pontual e até extorsão de objectos ou dinheiro.
E falando de relacionamento interpessoal e também dos aspectos pedagógicos, como podem os professores dedicar o tempo necessário aos seus alunos e à preparação das aulas, com a crescente burocracia em que se encontram afogados? Quanto tempo conseguirão proporcionar bem-estar, com o mal-estar que os atormenta? O início do ano lectivo aproxima-se e muitos fantasmas (reais) e temores pairam no ar a este respeito.
Regressando ao início do artigo, humanizar a escola é importante para que todos os que a habitam se possam aí sentir bem, para que ela seja promotora de saúde e de aprendizagem. Apenas referi alguns dos muitos aspectos merecedores de reflexão. Muitos outros ficaram por enumerar. Eles não passarão despercebidos a quem conhece por dentro a realidade das escolas.
Armanda Zenhas

Profissões: Bombeiros, carteiros e professores são os que merecem a maior confiança dos portugueses - estudo

Os bombeiros, carteiros e professores são as profissões que merecem maior confiança dos portugueses, que dão nota negativa aos políticos, revela um estudo divulgado hoje e que abrangeu 22 países.
O inquérito sobre a confiança atribuída a 20 profissões, elaborado pela empresa de estudos de mercado GFK em parceria com o Wall Street Journal, foi realizado entre Fevereiro e Março deste ano e envolveu 19.760 pessoas de 21 países europeus e dos Estados Unidos da América.
Em Portugal, o estudo decorreu entre os dias 07 e 16 de Março e abrangeu 1.036 pessoas com mais de 15 anos.
Entre as várias profissões em estudo, os portugueses avaliam de forma positiva o trabalho desenvolvido pelos bombeiros (94 por cento), pelos carteiros (89 por cento) e pelos professores da escola primária e secundária (89 por cento).
Os médicos surgem em quarto lugar (87 por cento), à frente dos militares (80 por cento) e dos polícias (75 por cento).
A tendência seguida em Portugal é reforçada pelas respostas dos restantes países europeus. De acordo com o estudo da GfK, 91 por cento dos inquiridos na Europa preferem os bombeiros e 83 por cento os médicos, seguidos dos professores (82 por cento). A grande maioria dos suecos, alemães e belgas escolheram os bombeiros como a profissão em que mais confiam, enquanto os suecos e turcos preferem os carteiros.
Apenas 14 por cento dos portugueses inquiridos manifestaram confiança nos políticos.
A merecer também nota negativa dos portugueses estão os publicitários (40 por cento), os empresários de grandes empresas (41 por cento) e os banqueiros (46 por cento).
O mesmo se passa na Europa, com apenas 15 por cento dos inquiridos a confiar nos políticos e 23 por cento nos publicitários.
Itália, Grécia, Bulgária, Alemanha e França são os países que apresentam um maior índice de desconfiança nos políticos e a França, Holanda e Bélgica os principais países que dão nota negativa aos publicitários, refere o estudo, a que a agência Lusa teve acesso.
Quanto às profissões de bombeiro e carteiro, poucos são os países que não lhes depositam a sua confiança. Segundo os dados da empresa de estudos de mercado que está presente em mais de 100 países, apenas a Colômbia (61 por cento) e a Polónia (81 por cento) referem que não confiam, respectivamente, nos bombeiros e nos carteiros.
Do estudo destaca-se a Grécia como o único país da Europa com um baixo valor de confiança atribuído aos médicos (48 por cento). As associações de protecção do ambiente merecem a confiança de 82 por cento dos portugueses inquiridos no estudo, enquanto o Exército e Igreja são bem vistos por 80 por cento e 70 por cento, respectivamente, dos inquiridos.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Primeira escola para crianças autistas


Turma-piloto terá 10 crianças que serão acompanhadas 25 horas por semana. Primeira escola para crianças autistas do país recorre a metodologia de tratamento reconhecida nos Estados Unidos. Abre a 29 de Setembro no Colégio Campo de Flores, na margem Sul do Tejo.
O nome ainda não foi aprovado, mas a primeira escola para crianças autistas do país deverá chamar-se Escola ABC Real Portuguesa e será uma filial da Escola ABC Real dos Estados Unidos, situada em Sacramento, Califórnia. Foi precisamente aqui que os responsáveis pela abertura da estrutura foram "beber" informação para decalcar o modo de intervenção a aplicar em Portugal. O método chama-se Applied Behavior Analysis (ABA), Análise Comportamental Aplicada em português, e tem provas dadas no acompanhamento a crianças autistas. Antes da escola abrir em território nacional, o próprio presidente da Escola ABC Real dos Estados Unidos, Joseph Morrow, estará no auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian para falar sobre a metodologia, com sucessos registados, e outros pormenores. A conferência está marcada para 18 de Setembro às 18h00.
"Trata-se de um método intensivo de tratamento, de 25 horas no mínimo até 40 horas semanais, que tem uma base muito metódica", explica Carlos França, um dos responsáveis pela criação da nova escola, fundador e dirigente da Associação Portuguesa para o Síndroma de Asperger e do núcleo de Setúbal da Associação Portuguesa para as Perturbações de Desenvolvimento do Autismo. A máxima é que cada caso é um caso, cada criança é acompanhada conforme as suas necessidades e seguida por um técnico que "trabalha competências que a criança pode alcançar". "O ABA permite recriar ambientes que aferem a aprendizagem", sublinha. O processo é monitorizado por um técnico superior e regularmente são feitas reuniões para avaliar o trabalho desenvolvido, para a definição de objectivos a cumprir e análise de resultados dos propósitos que foram traçados.
A escola começa a funcionar a 29 de Setembro em instalações cedidas no Colégio Campo de Flores, em Sobreda, na margem sul do Tejo. As inscrições estão abertas e a ideia é arrancar com uma turma-piloto com o máximo de 10 crianças com idades entre os dois e os seis anos. Carlos França adianta, no entanto, que há possibilidade de estender-se esse acompanhamento a crianças autistas com mais de seis anos. "Poderá haver alguma flexibilidade em relação às idades", diz. Crescer é uma das metas traçadas. Crescer para acolher mais crianças, crescer para que as iniciais 25 horas semanais estiquem até às 40.
Carlos França adianta que o ABA tem tido resultados dignos de registo nos Estados Unidos ao nível da recuperação de crianças, mesmo antes de entrarem no 1.º ano de escolaridade. Ou seja, 40% de crianças, com idades entre os três e os seis, recuperam e entram na escola em igualdade de circunstância com os colegas. "É um método que se socorre de muitas ferramentas que são conhecidas em Portugal, mas que não são muito utilizadas", realça. Trabalham-se competências com cada criança de forma intensiva e com uma abordagem metódica. "Um dos maiores problemas das crianças com autismo é a generalização". Ou seja, a dificuldade de aplicar o que se aprende num local quando se muda de ambiente. Um aspecto que o ABA não descura para que "a aprendizagem seja abrangente a todos os ambientes que a criança frequenta".
"Tivemos a oportunidade de ver in loco a aplicação deste método quando estivemos nos Estados Unidos", recorda Carlos França. Uma semana de formação intensiva e o desafio não tardou. Aplicar o ABA em Portugal. Na última quinzena de Maio, a Universidade Lusófona era palco de mais formação dirigida a pais e técnicos. "Foi o primeiro passo para trazer a escola". Neste momento, aceitam-se inscrições e analisam-se currículos de profissionais para constituir a equipa técnica. E tudo será feito "em estreita relação com a escola-mãe". Dois técnicos superiores norte-americanos acompanharão o arranque da estrutura portuguesa e a supervisão estará a cargo de especialistas da escola dos Estados Unidos.
Informações:
964042747

"Novos desafios educativos em contextos de inovação: a formação especializada na educação de alunos com múltiplas necessidades

Nas minhas "viagens" pelos blogues, vou encontrando alguns textos interessantes ou potencialmente interessantes. No blog "Revisitar a Educação", encontrei um trabalho subordinado ao tema "Nuevos desafíos educativos en contextos de innovación: la formación de expertos en la educación de alumnos con necesidades múltiples".

Tecnologia ajuda deficientes


A SIC exibiu no domingo passado uma reportagem sobre algumas das tecnologias adaptadas aos deficientes. Facilita muitas tarefas sobretudo a quem tem dificuldades especiais.

Para visualizar, clicar em Futuro Hoje.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Jogos de vídeo podem ser importantes ferramentas de aprendizagem


Investigadores reunidos na convenção da Associação de Psicologia norte-americana, em Boston, revelaram estudos que sugerem que os jogos de vídeo podem ser importantes ferramentas de aprendizagem.

Um dos estudos revela que um dos jogos mais jogados 'online'- "World of Warcraft" - pode melhorar o pensamento científico.

Uma das pesquisas envolveu 122 estudantes, a quem foi pedido para 'pensar alto' durante 20 minutos, enquanto jogavam um jogo que nunca tinham experimentado.

Desta forma, os investigadores procuraram perceber pelos 'pensamentos' das crianças se jogar aquele jogo aumentava as suas competências cognitivas e de percepção.

E, enquanto as crianças mais velhas pareciam mais interessadas em apenas jogar o jogo, os mais novos mostraram mais interesse em perceber os passos necessários para aprender a jogar o novo jogo.

Outro estudo, de psicólogos da Universidade do Iowa, analisou cirurgiões que jogam jogos de vídeo e cirurgiões que não o fazem.Assim, e de acordo com as conclusões desse estudo, os cirurgiões que jogam jogos de vídeo foram 27 por cento mais rápidos nos procedimentos da cirurgia e fizeram 37 por cento menos erros.

Contudo, outros estudos também já confirmaram que estudantes que jogam jogos violentos tendem a ser mais hostis, menos tolerantes e a considerar a violência normal.

Além disso, os estudantes que passavam muito tempo a jogar jogos de entretenimento são mais fracos na escola e têm um risco maior de vir a ser obesos.

Milhares de crianças ainda não têm vaga no pré-escolar

No ano passado mais de uma em cada dez crianças inscritas (11,8 por cento) num jardim-de-infância público não conseguiu lugar, segundo a Inspecção-Geral de Educação, que analisou uma amostra representativa de escolas. E quase metade (47,6 por cento) das 263.887 que em 2006/07 frequentavam o pré-escolar estavam na rede privada (lucrativa ou de instituições de solidariedade social). O Ministério da Educação não disponibilizou dados mais actualizados.
Tendo em conta as estimativas da população residente em Portugal com idades entre os 3 e os 5 anos (cerca de 336 mil), haveria, em 2006, 72 mil crianças que não estavam em lado nenhum - nem numa escola pública, nem numa particular. A meta do Governo é criar condições para que todos os meninos frequentem um jardim-de-infância.
70 mil fora do sistema
É certo que muitos pais podem preferir que os filhos fiquem com alguém da família, ou com uma ama. Mas António Castela, presidente da Federação Regional das Associações de Pais de Lisboa, acredita que os 70 mil que estão fora do sistema se concentrarão mais nas zonas do país onde não há oferta. "A maioria das famílias já sabe que pôr os filhos no pré-escolar é importante do ponto de vista das aprendizagens e do sucesso que vão ter quando entrarem no 1.º ciclo."
Contudo, à falta de estabelecimentos públicos, muitas haverá, acredita Castela, que não conseguem suportar uma mensalidade no sector privado, mesmo comparticipada pelo Estado. "O custo de vida aumentou, qualquer despesa a mais é um peso."
O último relatório da IGE recomendava que houvesse um reforço da oferta pública, sobretudo na área metropolitana de Lisboa, Porto e no Algarve. É que aos três anos de idade, por exemplo, uma em cada quatro crianças (22,4 por cento) inscritas num infantário público não teve vaga (à falta de lugar para todos, manda a lei que as crianças de cinco anos tenham prioridade sobre as de quatro e estas sobre as de três).
Notícia completa em Público Online

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Férias grandes levam a perder conhecimentos


Os comportamentos anti-sociais dos jovens aumentam e os conhecimentos perdem-se durante as férias de Verão, segundo um relatório do Instituto para a Investigação das Políticas Públicas do Reino Unido.
Serão as férias escolares do Básico e do Secundário demasiado longas? Um prestigiado instituto britânico garante que sim, apesar dos alunos do mesmo país terem dos períodos de descanso mais curtos da União Europeia, apenas de seis semanas (ler caixa).
O relatório da instituição, baseado em dezenas de estudos europeus e norte-americanos, conclui que os jovens, em especial os de famílias mais pobres, têm demasiado tempo livre e muito pouco em que o ocupar. Um dos estudos citados revela que 80% das crianças de meios desfavorecidos afirmaram não ter nada para fazer fora da escola.
Em Portugal, não há ainda dados para analisar a relação entre férias escolares e o aumento da delinquência, de acordo com o coordenador do Observatório de Criminalidade de Juvenil. Cândido Agra, assegurou, ao JN, que "só em 2009 estarão disponíveis números que permitam tirar conclusões".
Apesar disso, o professor Joaquim Sarmento, do Movimento da Escola Moderna, acredita que as férias "tenham algumas consequências ao nível da delinquência, da experimentação de drogas e de outros percursos e situações de risco".
Mas os efeitos negativos não ficam por aqui, segundo o IPPR. As férias longas podem levar os alunos a perderem competências adquiridas durante o ano lectivo, sendo que "nos piores casos estas perdas foram equivalentes a um mês de tempo escolar". Estas são mais acentuadas na matemática e ortografia e menos notórias na leitura. Também neste aspecto, os jovens de classes mais desfavorecidas são os que mais sofrem.
"As perdas são reais", reconheceu Joaquim Sarmento, ao JN, acrescentando que, no entanto, se "resumem a um núcleo de competências mais ligado à memória, algo que no currículo escolar português não tem um papel central".
A proposta da instituição britânica passa por reduzir as férias de Verão para apenas quatro semanas, distribuindo o resto do tempo de forma mais equilibrada ao longo do ano.
Uma solução que Joaquim Sarmento considera difícil de aplicar em Portugal, sobretudo devido às características do clima. "Com o calor, a partir de meados de Junho, é muito difícil manter as condições de aprendizagem", assegura.
Além disso, com o actual calendário escolar, Sarmento acredita que uma maior distribuição do tempo de férias traria problemas às famílias, "porque a vida não está organizada para terem as crianças em casa nessas alturas".
O docente prefere destacar o "lado positivo" das férias. "Oferecem oportunidades de enriquecimento da aprendizagem, em ambiente familiar ou através do contacto com a História, com diversidades culturais e com outras realidades", afirma.
Reconhecendo que isso não está ao alcance de todos, defende que, no caso das crianças e jovens provenientes de meios mais desfavorecidos, "é preciso procurar mais soluções através de uma reflexão alargada" que envolva a escola, as famílias, o Ministério e as autarquias.
"As lacunas ainda são grandes, mas já começa a haver actividades ocupacionais alternativas, sobretudo organizadas pelos municípios, e quem tem aderido são os alunos de famílias mais carenciadas", garantiu o professor.

domingo, 17 de agosto de 2008

Religião Cultura católica em escola virtual

Formação de qualidade em Catequese, Turismo e Património Religioso, e, ainda, em Doutrina Social da Igreja, para servir mais e melhor movimentos e obras cristãs
A Universidade Católica Portuguesa tem um projecto de escola virtual que aproxima alunos e professores na aprendizagem a distância, com propostas de formação em Catequese, Turismo e Património Religioso e Doutrina Social da Igreja.
A formação em Síntese Catequética Avançada tem como principal objectivo fornecer uma proposta espiritual e doutrinal da fé cristã através de um percurso guiado pelo Catecismo da Igreja Católica. O curso pretende proporcionar uma formação mais sólida com vista a facilitar uma melhor co-responsabilização e cooperação na missão e tarefas das paróquias, movimentos, organismos e grupos eclesiais. Destina-se a responsáveis da catequese, da liturgia, da acção social, dirigentes de movimentos e candidatos a cursos de Teologia ou Ciências Religiosas.
A formação resulta da parceria entre o Secretariado Nacional da Educação Cristã e a Faculdade de Teologia da UCP. O curso terá o seu início em Outubro próximo e estender-se-á até Julho de 2009.
Outro curso é o da Formação Avançada em Turismo e Património Religioso e tem em conta a importância cultural e socioeconómica do património religioso de Portugal. É uma iniciativa da Faculdade de Teologia, em colaboração com o Instituto de Ensino e Formação a Distância da UCP. Propõe também um programa de formação avançada que visa compreender e explorar, de forma inovadora, as diferentes dimensões e concretizações dessa memória cultural. Desde a arquitectura às artes plásticas e ao património museológico, mas também proporcionando uma incursão pelas tradições, ritualidades e outras práticas, que caracterizam tanto as grandes religiões históricas como as religiosidades tradicionais características das identidades locais.
O terceiro curso é de Doutrina Social da Igreja. A Cáritas Portuguesa volta a ser parceira da Faculdade de Teologia da UCP. Destina-se aos que têm responsabilidade em comunidades ou movimentos eclesiais, em particular na acção social, para que aprofundem conhecimentos sobre as propostas sociais da Igreja. Pretende-se dotar os alunos de uma síntese pessoal do Cristianismo que veja na responsabilidade social uma referência incontornável da espiritualidade cristã.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Fundação Belmiro de Azevedo abre colégio em Setembro

O Colégio Efanor, um estabelecimento de ensino privado em Matosinhos, promovido pela Fundação Belmiro de Azevedo, vai iniciar a sua actividade em Setembro com 180 alunos distribuídos pelo pré-escolar e 1/o ciclo do Ensino Básico.
A directora do colégio, Cristina Carneiro, em declarações à Lusa, explicou que a instituição tem capacidade para acolher um total de 280 alunos distribuídos pelos sete anos de escolaridade (pré e 1/o ciclo).
O colégio, cujo valor do investimento ronda os três milhões de euros, ocupa as antigas instalações do edifício social da fábrica Efanor, na freguesia da Senhora da Hora, em Matosinhos.
O colégio que arranca as suas actividades a 3 de Setembro, terá para já nove turmas, de 20 alunos cada.
Ao nível do pré-escolar, o colégio inicia a sua actividade com lotação total, ou seja, com duas turmas por cada ano, enquanto no 1/o ciclo foram criadas duas turmas para o primeiro ano e uma turma para o segundo ano.
Contudo, segundo Cristina Carneiro, num prazo de dois anos ficará garantida a sequencialidade destes níveis de ensino, até ao 12/o ano de escolaridade, num edifício a construir de raiz.
O valor da mensalidade, que varia entre os 360 euros para o pré-escolar e os 410 euros para o 1/o ciclo, inclui actividades curriculares da componente nacional e actividades curriculares de oferta local.
Além da formação nacional obrigatória, serão leccionadas disciplinas como inglês e o castelhano e será desenvolvido um projecto integrado de expressões (plástica, musical e dramática).
O xadrez, a natação e o transporte para visitas de estudo e actividades realizadas no exterior estão também incluídos no valor da propina mensal.
De acordo com a responsável, o Projecto Educativo do Colégio Efanor valoriza de igual modo as aprendizagens académicas e as aprendizagens relativas ao desenvolvimento pessoal e social dos seus alunos.
A promoção de um forte sentido de responsabilização individual e de grupo, através da aprendizagem da auto-regulação, auto-reflexão e auto-organização e o desenvolvimento da capacidade de liderança, de tomada de decisão, de construção de confiança, de comunicação e da gestão de conflitos, são alguns dos objectivos propostos.
O colégio está dotado de múltiplos espaços para utilização pedagógica diversificada, tais como biblioteca, mediateca, ludoteca e sala de repouso e prolongamento.
Nos períodos de interrupção lectiva e nas férias do mês de Julho, a escola assegurará a prestação de um serviço educativo e de guarda das crianças, cujo programa poderá integrar actividades desportivas, passeios, campo e praia, ateliers diversos, possibilidade de intercâmbio com crianças de outras escolas e realidades culturais (Escola de Verão).
Além do colégio, estão também a ser construídos naquele local, o complexo residencial Efanor (promovido por uma empresa do universo da Sonae) e uma extensão do Museu de Serralves, numa área cedida à autarquia, que incluirá um local destinado à preservação da memória da Efanor. A Fundação Belmiro de Azevedo é uma instituição sem fins lucrativos, vocacionada para a promoção da Educação, da Cultura e do Desporto e para o apoio a iniciativas de responsabilidade social.
Comentário:
Se é permitido à Fundação Belmiro de Azevedo abrir um colégio, porque não pode ser criada uma escola para sobredotados?! Independentemente das fundamentações e apreciações de natureza pedagógica e sócio-afectiva.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Hospital de Leiria ofereceu computadores a crianças com doenças degenerativas


Enquanto a mãe mantém a esperança na cura para doenças degenerativas como o tipo de atrofia muscular de que sofre a filha Iara, o Hospital de Santo André (HSA) oferece o computador para que ela possa escrever ao chegar à escola no próximo ano lectivo. Iara tem cinco anos. É aluna do ensino pré-escolar em Amieirinha, Marinha Grande. Sofre de uma doença que a impede de aprender a escrever à mão como a maioria das crianças. Falta-lhe força nas mãos para fazer os movimentos que a escrita exige e para se deslocar precisa de cadeira de rodas. Aos cinco anos, a mãe, Marina Ferreira, diz ter esperança de que ainda se descubra a cura a tempo de ela poder recuperar.

Por agora, o computador era o equipamento de que ela precisava para começar o novo ano lectivo, de forma diferente, mas com uma ajuda que a pode integrar na sala de aula e acompanhar a aprendizagem do primeiro ano. Como Iara, André, Catarina e Izequiel foram contemplados com a prescrição médica de computadores na Consulta Externa de De-senvolvimento do Serviço de Pediatria. Esta prescrição integra-se nas "ajudas técnicas" a pessoas com deficiência, no âmbito das directivas do Ministério da Saúde.

Nos últimos três anos, o HSA atribuiu mais de 400 mil euros de equipamentos nesta área de intervenção. Segundo o presidente do conselho de administração, Hélder Roque, o HSA tem "distribuído maior valor do que aquele que recebe" do ministério. É também, talvez, o hospital distrital com maior dotação para as ajudas técnicas, julga o médico, "porque toda a estrutura do hospital está envolvida nesta questão para melhorar a integração dos doentes na vida social. Nesta acção foram contempladas as crianças, mas podem também ser beneficiados adultos, explica.


15 por cento da população é "esquerdina"


Ontem, dia 13 de Agosto, foi o dia do canhoto, uma data que serve para assinalar a diferença. Pelo menos 15 por cento da população mundial usa mais a mão esquerda do que a direita.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ainda o Departamento de Educação Especial

Sobre a temática da existência ou não do enquadramento na organização escolar do Departamento de Educação Especial, publico o seguinte comentário:
Verifico existir alguma confusão resultante da interpretação linear da organização em vários departamentos. No que respeita à "arrumação", visando a avaliação, é claro que a Educação Especial estará arrumada no grupo das Expressões, mas essa organização não serve outros fins. Quando pensamos a Escola e o seu funcionamento, não faz sentido ficarmos "amarrados" a esssa lógica. O Departamento de Educação Especial está previsto na Lei e faz sentido, a menos que no agrupamento exista um só professor dessa área. Para situações dessa natureza, esse professor agrupará com os professores de apoio sócio-educatico e constituirão o serviço especializado de apoios educativos, cujo representante terá obviamente assento no C. Pedagógico.
COMENTÁRIO:
Totalmente de acordo!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Primeira escola para sobredotados gera dúvidas

A partir de Setembro, Portimão vai ter uma escola do 1.º ciclo onde as crianças podem aprender xadrez e filosofia e cada uma tem direito a um computador portátil. Esta é a primeira escola para sobredotados do País, que já tem inscritas 18 crianças e pretende arrancar com 36, apesar da demora no licenciamento do projecto por parte da Direcção Regional de Educação do Algarve (DREA). Os responsáveis defendem um ensino especializado para as crianças sobredotadas, mas alguns especialistas questionam o isolamento social a que estas podem estar sujeitas.
O projecto é da responsabilidade da Universidade da Criança e o objectivo é "estimular os alunos para que sejam melhores", explica o presidente da Associação Nacional de Pedagogia da Universidade da Criança (APUC), Ricardo Monteiro. Os programas curriculares estão de acordo com o plano nacional para o primeiro ciclo. Mas cada disciplina vai ter o seu professor, já que "somos apologistas do professor especialista", acrescenta. Os alunos vão ser integrados em dois grupos: o Projecto Leonardo Da Vinci e o Projecto Einstein. O primeiro destina-se às crianças com competências artísticas e o segundo às que têm especial aptidão para as áreas científicas. A maioria delas frequenta já a Universidade da Criança.
Além das disciplinas comuns, estas crianças com um elevado potencial vão aprender xadrez, para estimular a capacidade de concentração e aprenderem a respeitar o adversário, e filosofia, ou pelo menos, vão aprender a fazê-la estimulando a agilidade mental e o sistema emocional, adianta Ricardo Monteiro. Estes conteúdos são completados pelo estudo de duas línguas estrangeiras e de música.
Para que possam desenvolver as suas capacidades, as salas de aulas também se adaptam às suas necessidades. Tanto alunos como professores vão ter na sua mesa um computador portátil. As salas estão também equipadas com quadros interactivos, mesas e cadeiras que se comprimem permitindo libertar o espaço para outras actividades.
A escola não se destina apenas a pequenos génios, mas a todas as crianças que revelem uma especial aptidão. Cada aluno tem um programa diferente adaptado às suas características e é submetido a "uma aplicação de escalas de inteligência", frisa o dirigente da APUC. Esta formação custa entre 375 e 500 euros por mês.
Quanto às dificuldades em conseguir licenciamento a tempo por parte da DREA, Ricardo Monteiro, acredita que "existe uma certa recusa em aceitar a existência de escolas para crianças com talentos especiais". O DN tentou, sem êxito, obter uma reacção da DREA.
A ideia de juntar os sobredotados para terem um ensino especial também levanta algumas reservas. É o caso de Helena Serra, presidente da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas (APCS), que afirma: "não temos nada contra o ensino enriquecido, mas tem que se garantir um contexto de socialização considerado normal". Para Helena Serra, mãe de um sobredotado, estes alunos devem ter um ensino adequado às suas capacidades, mas devem estar com outras crianças nas restantes actividades.
A professora lembra que em Portugal até existe legislação para atender às necessidades dos sobredotados, com a adopção do plano de desenvolvimento curricular. "O problema é que depois falta um conjunto de saberes no terreno e os professores não sabem lidar com estas crianças", critica a presidente da APCS. Existem, no País, entre 35 mil a 50 mil sobredotados, segundo as estimativas da Universidade da Criança.
COMENTÁRIO:
De facto, a legislação contempla a existência de mecanismos de acompanhamento de alunos sobredotados nas escolas regulares. No entanto, como muito bem refere Helena Serra, falta um conjunto de saberes e os docentes nem sempre sabem lidar com este tipo de alunos.
Mas, pergunto, porque não são criadas as condições para que a escola regular possa, de forma eficaz, responder a este tipo de alunos? Que acontece àqueles cujas famílias não podem pagar as "propinas" da escola para sobredotados?

Inquérito revela que alunos "são carentes de tempo"

A maioria dos alunos "é carente de tempo". Os alunos escolhidos pelos mediadores da EPIS são os de "risco", com negativas e reprovações no currículo, não os de "elevado risco" que "protagonizam situações extremas relatadas nos media".
Esses, explicou ao JN Diogo Simões Pereira, são encaminhados para outro tipo de acompanhamento que "requer a ajuda dos parceiros sociais".
A carência de tempo ou atenção é expressa pelos alunos no inquérito feito pela EPIS. A absoluta convicção do amor dos pais é abalada por 9% dos alunos de risco e 2% dos sem risco que dizem só sentir "às vezes" que a família gosta deles.
No entanto, é nas respostas sobre o tempo que passam juntos e ou a ajuda que recebem da família quando têm um problema que os alunos mais revelam as suas carências: 29% dos alunos com risco dizem que só "às vezes" ficam satisfeitos com o tempo que passam com os pais e 4% "nunca" ficam satisfeitos. Entre os alunos sem risco, esse nível de insatisfação é, respectivamente, de 26 e 1%.
Metade dos alunos com risco refere que só às vezes ou nunca (7%) conversa sobre os seus problemas com a família; 48% referem que as "decisões importantes" nunca são tomadas em conjunto (8%) ou só de vez em quando.
Entre os alunos sem risco analisados, os níveis de insatisfação em relação a estes itens são de 34 e de 37%, respectivamente.

Escolas vão testar guia de boas práticas


A partir de Outubro, um grupo de 20 a 25 escolas vai funcionar com novas regras de gestão. Até final do ano lectivo, a EPIS acredita que o manual de "boas práticas" estará em condições de se tornar operacional.
A EPIS, em parceria com a empresa MacKinsey e Company, trabalha desde Maio de 2007 na elaboração de um guia de boas práticas de gestão dos estabelecimentos escolares. O objectivo do manual é "servir de apoio, uma base para" os conselhos directivos "olharem", defendeu, ao JN, Diogo Simões Pereira. A partir de Setembro, o Conselho de Escolas passa a fazer parte da parceria.
O segredo do sucesso é quase básico: "um bom gestor e um bom corpo docente produzem bons resultados", independentemente do contexto socioeconómico em que a escola está inserida, garante o administrador da associação.
"As escolas com melhores resultados são as que fazem de forma mais detalhada o seu planeamento e gestão da sua actividade". Ou seja, insistiu, "são as que geram mais e que trabalham mais próximo das famílias e com os docentes". São também as que investem mais na formação dos seus professores - esta tendência revelou-se, mesmo, linear: docentes "mais qualificados têm melhores resultados".
Evitando pormenorizar o manual - que irá codificar regras que serão aplicadas nas escolas públicas "e a todas que o desejarem" - Diogo Simões Pereira sintetizou o guia "a regras universais de boa gestão. Quem o faz melhor acaba por ter melhores resultados".
A aplicação de determinadas regras de "boa gestão" a um grupo de escolas, durante o próximo ano lectivo, funcionará como uma experiência-piloto e servirá para as entidades organizadoras do projecto - EPIS, Mackenzie e Conselho de Escolas - "acompanharem o impacto dos resultados".
As mesmas regras não serão aplicadas de igual modo por todos esses estabelecimentos. As escolas escolhidas são, aliás, as que revelaram melhores práticas no inquérito promovido aos estabelecimentos do 3.º Ciclo.
"Não teremos o mesmo discurso para todas", afirmou, acrescentando que as práticas administrativas específicas de cada estabelecimento serão respeitadas. No final, as regras que produzirem melhores resultados serão reunidas "como um cabaz".
"O cenário de partida não é catastrófico", garantiu. E, depois das metodologias recomendadas serem testadas, durante o último ano lectivo, pelo grupo de escolas-piloto, as práticas que demonstrarem melhorar o desempenho das escolas são as que constituirão o guia e poderão vir a ser integradas pelo Ministério da Educação na rede escolar.

Mediadores querem trazer "alunos à terra"

Trinta e sete por cento dos alunos do 3.º Ciclo tiveram três ou mais negativas no 1.º período no último ano lectivo. Os professores estão habituados a esta tendência, as notas são depois corrigidas até ao Verão, mas uma associação quer inverter a situação.
"Até ao Natal, andam na lua e o nosso objectivo é trazê-los à terra", explica, ao JN, Diogo Simões Pereira, director-geral da Associação Empresários para a Inclusão Social. A EPIS está no terreno, desde Setembro do ano passado, a montar uma rede de mediadores e a identificar alunos e famílias de risco. Objectivo: combater o insucesso escolar no 3.º Ciclo.
A EPIS acredita que no final do próximo ano lectivo conseguirá, através do seu projecto, diminuir o número de negativas dos alunos. Se em 2010 os resultados forem positivos, o objectivo é alargar a estratégia ao 2.º Ciclo. E assim sucessivamente até chegarem ao 1.º Ciclo, onde começam as deficiências de aprendizagem, sintetizou Diogo Simões Pereira.
Durante o último ano lectivo, a EPIS enviou um inquérito a todas as escolas básicas com 3.º Ciclo, metade (cerca de 600) responderam. Resultado: 20 mil alunos, dos 7.º e 8.º anos, foram analisados pelos técnicos da Associação no terreno, 87% desses respectivos encarregados de educação autorizaram a sinalização de risco pelos mediadores, sete mil alunos foram identificados como sendo de risco e começaram a ser acompanhados. É através da melhoria dos resultados escolares que os empresários acreditam estar a promover a inclusão social.
No ano lectivo de 2006/2007, quase 20% dos alunos do 3.º Ciclo chumbaram e praticamente metade reprovou num dos três anos que compõem esse nível de ensino. 87% dos alunos que chumbaram estão na carteira de proximidade a ser trabalhada pelos mediadores.
A estatística determinou o público-alvo: a EPIS acredita que o insucesso no 3.º Ciclo determina o abandono no Secundário, pelo que um projecto interventivo nesse nível apresentaria resultados ao fim de três anos. A necessidade de apresentar resultados aos associados levou a Associação a não escolher, para já, o 1.º Ciclo, pois "demorariam muitos mais anos até se revelarem" melhorias.
Através de parceria com o Ministério da Educação, autarquias e empresas locais, a EPIS montou uma rede em 11 concelhos-piloto e 88 escolas, que abrange cerca de 30 mil alunos e 10% do insucesso escolar no 3.º Ciclo. No terreno, estiveram 50 técnicos da EPIS - "fundamentalmente psicólogos, assistentes sociais e alguns sociólogos".
A partir de Setembro, o número de mediadores deve quase duplicar, uma vez que a tutela disponibilizou 45 professores a tempo inteiro para integrar a rede.
Mesmo entre os alunos considerados "sem risco" - que representam 37% do universo de estudantes analisado - mais de 38% têm uma a duas negativas e frequentam aulas de recuperação na escola. A mesma situação que 25% dos alunos de "risco" (63% do total de estudantes). A grande diferença revelada pelo inquérito é que, enquanto a percentagem de alunos "sem risco" com três ou mais negativas é de zero por cento, é ai que se distribuem os restante 58% de alunos considerados de "risco": 33,7% têm entre três e cinco negativas e quase 24% mais de seis. São estes alunos, considera a EPIS, que necessitam de "uma ajuda transversal, comportamental" à fornecida pela escola.
O objectivo, garante o director--geral da EPIS, é que o mediador crie uma relação de "empatia e compromisso" com o aluno e família. "A escola tem de passar a ser o clube de eleição. O local onde querem passar mais tempo". Para isso, defendeu, os estabelecimentos não podem estar isolados, mas "ligados às estruturas administrativas", como as autarquias. Equipamentos como polidesportivos, bibliotecas ou anfiteatros têm de estar indissociavelmente ligados às escolas.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Medidas de Acção Social Escolar


O Despacho n.º 20956/2008, de 11 de Agosto, regula as condições de aplicação das medidas de acção social escolar, da responsabilidade do Ministério da Educação, nas modalidades de:
a) Apoio alimentar, alojamento e auxílios económicos, destinados aos alunos dos ensinos básico e secundário e do ensino recorrente nocturno que frequentam escolas públicas, escolas particulares ou cooperativas em regime de contrato de associação e escolas profissionais da área geográfica da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo;
b) Atribuição de bolsas de mérito a alunos do ensino secundário, que frequentem escolas públicas, escolas particulares ou cooperativas em regime de contrato de associação e escolas profissionais da área geográfica da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo;
c) Apoio especial no acesso aos computadores pessoais e à banda larga a alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário.


Relativamente aos alunos deficientes, o Despacho indica que:

1 — Os alunos deficientes integrados no ensino regular têm ainda, supletivamente em relação às ajudas técnicas a prestar por outras entidades de que beneficiem, direito às seguintes comparticipações no âmbito da acção social escolar:
a) Alimentação — 100 %;
b) Transportes — 100 % do custo para os alunos que residam a menos de 3 km do estabelecimento de ensino, bem como dos alunos cuja frequência exige a adopção de um currículo alternativo, desenvolvido em sala de apoio permanente, e dos alunos que tenham de se deslocar a salas de apoio;
c) Manuais e material escolar de acordo com as tabelas anexas para a generalidade dos alunos.
2 — Os alunos deficientes integrados no ensino regular têm ainda direito a comparticipação na aquisição de materiais específicos, em função da sua efectiva necessidade.


COMENTÁRIO:

O Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Educação menciona, ainda, a medida de "currículo alternativo" (actual currículo específico individual)!! Será mais um "lapso" da sua parte?!! Não conhece ainda a legislação e as medidas educativas impostas pelo ministério que integra?!!

domingo, 10 de agosto de 2008

Varandas sem regras de segurança para miúdos


Este ano seis crianças já caíram da varanda e em 2007 houve 13 acidentes

A maioria das varandas das casas portuguesas não são seguras para as crianças. A denúncia é feita pela Associação Para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), que critica a inexistência de normas técnicas nacionais e específicas que obriguem os construtores a salvaguardar as crianças das quedas.

O alerta lançado pela APSI não é novo, mas foi reforçado na sequência da queda de mais uma criança de quatro anos que ocorreu, há dias, no Algarve. Com este caso, sobem para seis os registados este ano, sendo que em 2007 o número chegou aos 13, alguns deles mortais.

Helena Menezes, da APSI, considera que as varandas devem ter uma altura mínima de 1,10 m, não possuir aberturas por onde as crianças possam passar nem travessas horizontais, como grelhas, que "sejam escaláveis" pelos mais novos. Da varanda devem também ser retirados objectos como cadeiras ou baldes, que auxiliem a subida aos parapeitos.

"Nenhum adulto está sempre a olhar para a criança, ainda mais em casa, onde as pessoas estão distraídas", afirmou Helena Menezes ao DN. Por isso, acrescentou, mais importante do que apelar ao reforço da vigilância dos pais, é preciso garantir a segurança das infra-estruturas.

Actualmente, o Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) não obriga as varandas a ter regras específicas de segurança, embora a sua revisão, já finalizada em 2007 e ainda sem data para aprovação, aponte normas nesse sentido. O novo RGEU prevê que as varandas tenham guardas de protecção não escaláveis e que não seja possível passar através das grades. No entanto, na opinião da APSI, a transposição de uma directiva comunitária já devia obrigar os construtores a garantir a segurança das pessoas e a prevenir as quedas. "Mas a fiscalização não tem sido eficaz e cada um faz o que quer", diz a APSI. Helena Menezes aponta o exemplo de muitas casas novas que não oferecem essas garantias e têm varandas baixas e com grades largas.

Está também em curso a elaboração de uma norma técnica orientadora da construção, por parte de uma comisão da qual a APSI faz parte. O grupo já chegou a acordo e está prestes a terminar o seu trabalho. Para além de novas regras, é preciso ajudar as pessoas a alterarem já as condições de segurança das suas varandas. Trabalho que deve ser fomentado pelas câmaras e orientado por profissionais, reforça a APSI.



Comentário:

E as condições das nossas escolas?! Como se encontram ao nível da segurança e das acessibilidades?!

sábado, 9 de agosto de 2008

Questões recorrentes: quais as respostas?!


Quer no meu meio escolar, quer em alguns blogs, têm surgido algumas questões para as quais o ordenamento jurídico educativo não prevê uma resposta objectiva. No entanto, permito-me emitir opinião, e não mais do que isso.


1- Em que condições se deve reduzir o número de alunos por turma?

Existe um vazio quanto à tipologia e às medidas que possam implicar a redução de alunos por turma. Numa leitura abrangente, todas as turmas com alunos com necessidades educativas especiais (NEE) de carácter permanente deveriam beneficiar de redução na sua constituição, para que sejam criadas condições de aplicação eficaz das medidas. Numa leitura restritiva, e no seguimento das orientações existentes em anos anteriores, apenas as turmas com alunos com NEE que beneficiem da medida de currículo específico individual (anterior ensino especial) podem contemplar a redução. Penso, no entanto, que deve ponderar o bom senso e atender às características e necessidades de cada aluno! É essencial haver sempre justificação fundamentada para as decisões!


2- Os Programas Educativos Individuais (PEI) que contemplam as medidas de Currículo Específico Individual ou de Adequações Curriculares Individuais, o item "Conteúdos, objectivos gerais e específicos a atingir" pode ficar "em branco", com uma nota de atenção para os anexos?

Relativamente aos Programas Educativos Individuais (PEI), estes devem conter os objectivos que se pretendem atingir. Os Currículos Específicos Individuais e as Adequações Curriculares Individuais são elaborados tendo por base as competências a desenvolver. Nesta perspectiva, não existe incongruência se atendermos à dicotomia objectivo-competência. Por outro lado, o Conselho Pedagógico não vai aprovar um PEI que remete os objectivos para outro documento, ou seja, não vai aprovar um PEI, em parte, em branco!

Relativamente aos conteúdos, penso que pode remeter para os documentos anexos.


3- Quais os documentos aprovados pelo Conselho Pedagógico?

O Decreto-lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, é claro quanto aos documentos a aprovar pelo Conselho Pedagógico: o PEI e o relatório circunstanciado de final de ano/ciclo. Os restantes documentos, elaborados seguindo as orientações presentes no PEI, na minha perspectiva, devem ser aprovados e avaliados pelo conselho de turma/docentes.


4- A revisão de um PEI necessita de ser ratificada pelo Conselho Pedagógico?

A aprovação do PEI é da competência do Conselho Pedagógico. Logo, por analogia com outros processos, qualquer alteração que se verifique ou se proponha terá de ser aprovada pelo órgão competente, ou seja, pelo Conselho Pedagógico. Penso, também, que não é necessário que este procedimento fique definido no Regulamento Interno por se tratar de um acto administrativo normal.


Esta é a minha perspectiva sobre as questões levantadas. Espero ter contribuído para algum esclarecimento, assim como receber outras colaborações e outros pontos de vista.

Código do Trabalho deve assegurar tempo para pais acompanharem filhos na escola

A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) quer ver garantido no Código de Trabalho um crédito de quatro horas por filho e por mês para todos os encarregados de educação acompanharem melhor a vida escolar dos educandos.
Numa petição entregue na Assembleia da República, a confederação solicita que se legisle no sentido de atribuir aos pais direitos laborais que assegurem a sua participação na educação dos filhos, que se regulamente o estatuto do dirigente associativo voluntário e que se isentem de IRC as Associações de Pais.
Actualmente, o Código do Trabalho estipula como faltas justificadas "as ausências não superiores a quatro horas e só pelo tempo estritamente necessário, justificadas pelo responsável pela educação do menor, uma vez por trimestre, para deslocação à escola tendo em vista inteirar-se sobre a situação educativa do filho menor".
A Confap entende ainda que as associações de pais devem beneficiar de isenção de tributação em IRC, nos mesmos termos das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). Em relação ao estatuto do dirigente voluntário, a confederação considera-o insuficiente, afirmando que foi pensado para os dirigentes que se mantêm nas associações sem limite de tempo, enquanto no caso das associações de pais, por regra, os dirigentes apenas se mantêm durante o período em que têm os filhos na escola.
Favorecimento da actividade associativa
A Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, depois de analisar a petição, decidiu remetê-la à Comissão de Trabalho, Segurança Social e Administração Pública "a fim de ser considerada no âmbito dos trabalhos de revisão da legislação laboral", segundo o parecer da comissão, divulgado hoje.
O Ministério da Educação, consultado pela comissão, considera "adequado" favorecer a actividade associativa dos pais e encarregados de educação, "ainda que respeitando os princípios da equidade", nomeadamente na "regulamentação do estatuto do dirigente associativo voluntário e na aproximação, na área fiscal e no financiamento público, ao estatuto concedido às IPSS nos domínios de actuação comuns, designadamente na área do apoio à família".
O gabinete de Maria de Lurdes Rodrigues considera ainda "compreensível" que a Confap pretenda garantir a existência de condições efectivas para a participação plena dos seus associados nas estruturas em que é requerida, por lei, a sua presença.
Já o Ministério do Trabalho e Solidariedade Social, igualmente questionado sobre o conteúdo da petição, respondeu que "as questões relativas à promoção da conciliação da vida familiar com a vida profissional, estão a ser estudadas no âmbito do processo de alteração do Código do Trabalho, que tal como é do conhecimento público, está presentemente em curso", admitindo ser "do maior interesse" para os trabalhos em curso a recepção da referida petição.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Um olho artificial que vê como nós


Investigadores dos Estados Unidos inspiraram-se nos olhos criados pela biologia para os seres vivos mais complexos na Terra - o ser humano - e desenvolveram o primeiro sistema artificial de captação de imagem que vê como nós, sem distorções, o que é um avanço sem precedentes.

O novo "olho biónico" utiliza uma superfície curva, o que elimina a distorção causada pelos sistemas de "visão" que usam superfícies planas na captação da luz, como acontece com as actuais máquinas fotográficas e de vídeo. Os cientistas das universidades de Illinois e Northwestern produziram, assim, o primeiro "olho" artificial que vê como nós.

O protótipo, descrito na revista Nature, é o passo que faltava para mudar a concepção das actuais máquinas fotográficas e de vídeo. Utilizando superfícies planas para a captação da luz, estas máquinas distorcem em consequência disso as margens da imagem, sendo necessário incorporar-lhes um complexo jogo de lentes para reverter essa distorção. A estratégia é inteligente, mas essa é também uma das razões porque as máquinas são mais caras e, em muitos casos, pesadas.

O olho biónico agora criado permitirá dar um salto tecnológico gigantesco neste campo. Mas a melhoria das máquinas fotográficas será apenas uma pequena parte das possibilidades que este novo desenvolvimento oferece.

A produção de retinas e olhos artificiais para aplicação médica pode ser outra possibilidade. E, uma vez aperfeiçoado e miniaturizado o novo dispositivo optoelectrónico, é possível conceber também a sua utilização em equipamentos de diagnóstico médico, capazes, por exemplo, de navegar na corrente sanguínea, ou ainda em aplicações industrias ainda não imaginadas neste momento.

O protótipo desenhado pela equipa liderada por John Rogers, da universidade de Illininois, tem aproximadamente o tamanho e a forma de um olho humano e inclui uma "retina" artificial, curva na forma, e sensível à luz. A chave deste novo dispositivo residiu justamente na possibilidade de adaptar o material foto-sensível à superfície curva, algo que não era possível até agora.

A equipa conseguiu desenvolver fotodetectores suficientemente maleáveis para se adaptarem à superfície curva que imita o globo ocular. Para já, a definição da imagem conta apenas com 256 píxeis, o que é pouco. O passo seguinte é acrescentar definição à imagem produzida por este mecanismo.

Provas de ingresso na docência ainda sem data


A partir do próximo ano, todos os professores e licenciados que pretendam aceder aos quadros do Ministério da Educação - e não tenham pelo menos cinco anos de serviço, incluindo dois dos últimos quatro - terão de se sujeitar a provas de ingresso na profissão. Mas, para já, pouco se sabe sobre estes exames, além de que serão constituídos por dois a três testes distintos e que a obtenção de nota inferior a 14 em qualquer um deles constitui factor de eliminação.

A legislação já aprovada pelo Ministério para esta matéria - uma das inovações do novo Estatuto da Carreira Docente (ECD) aprovado em 2007- remete a fixação dos calendários dos testes para uma portaria que ainda não foi publicada. E, contactado pelo DN, o gabinete de imprensa da ministra Maria de Lurdes Rodrigues não quis, para já, adiantar mais informações.

Em todo o caso, é certo que as primeiras avaliações terão necessariamente de acontecer ao longo do primeiro período do próximo ano lectivo. Isto porque, a partir de Janeiro de 2009, regressam os concursos nacionais de colocação de professores, onde surgirão as vagas que vão permitir a alguns dos professores actualmente a contrato, no desemprego ou à procura da primeira colocação, o acesso aos quadros. (...)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Departamento de Educação Especial: qual o seu espaço?!

Aproxima-se o início de mais um ano lectivo e, com ele, a implementação de novas orientações. Nestecontexto, há a necessidade de rever a organização pedagógica dos Agrupamentos ou escolas não agrupadas. Neste cenário surge a questão: onde se enquadra o Departamento de Educação Especial?
O Decreto-lei nº 27/2006, de 10 de Fevereiro, veio criar e definir os grupos de recrutamento do pessoal docente. A ele se deve concretamente a criação do grupo de Educação Especial, definindo as habilitações específicas para o seu recrutamento.
Para efeitos do concurso a professores titulares, os docentes candidatos dos grupos de Educação Especial foram integrados no Departamento de Expressões.
No entanto, o Decreto-lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, vem, deforma clara, criar o Departamento de Educação Especial (ver, por exemplo, alíneas a) e b) do ponto 1 do artigo 6º).
Posteriormente, com a publicação do Decreto-lei n.º 75/2008, de 22 de Abril, relativo ao regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos de educação e ensino, no âmbito das estruturas de coordenação e supervisão, prevê-se apenas a existência de seis departamentos nos agrupamentos com Educação Pré-escolar e Primeiro Ciclo. Embora não especifique, refere-se à existência dos Departamentos: Pré-escolar, Primeiro Ciclo, Ciências Exactas e Naturais, Ciências Humanas e Sociais, Línguas e Expressões.
Onde se enquadra o Departamento de Educação Especial contemplado no Decreto-lei n.º 3/2008?! Penso que se tratou de uma “desatenção” dos técnicos do Ministério da Educação aquando da definição da organização pedagógica.
Dada a especificidade das disciplinas que integram o Departamento de Educação Especial, a sua transversalidade a todo o Agrupamento, entre outras características, deve, em minha opinião, continuar a ser considerado como Departamento autónomo. Para tal, pode ser considerado como outra estrutura de coordenação, no âmbito da autonomia e nos termos a definir no Regulamento Interno, de acordo com o previsto no artigo 45º do Decreto-lei n.º 75/2008, de 22 de Abril. Nesses termos, deve salvaguardar-se apenas que, para efeitos de avaliação de desempenho e de concurso a professor titular, os docentes integram o Departamento de Expressões.
Penso que, enquanto o Ministério da Educação não se pronunciar sobre esta matéria, é a solução mais indicada sem incorrer no incumprimento da legislação em vigor.

Sistemas de acesso à profissão docente

Estudo da UNESCO compara a forma como os professores são colocados nas escolas públicas da Europa e América.
Apesar de não ser uma matéria polémica, os sistemas de acesso à profissão docente no Ensino Básico foram objecto de um estudo por parte da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A análise comparativa de 55 países da Europa e América retrata as diferenças encontradas ao nível do método de selecção, dos requisitos necessários para o candidato se apresentar ao processo selectivo, da autoridade responsável pela contratação e da natureza da relação laboral estabelecida.
Para consultar uma resenha do estudo, clicar em "Estudo da UNESCO".

Confederação de pais atribui maior parte da violência escolar à falta de funcionários


Dois em cada três casos de violência e indisciplina registados nas escolas devem-se à falta de funcionários auxiliares nos estabelecimentos de ensino, defendeu hoje a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), que exige, por isso, "medidas urgentes".

"A CNIPE atribui 65 por cento dos casos de violência e indisciplina ocorridos com alunos à falta cada vez maior de pessoal auxiliar nas escolas", refere a confederação, num comunicado hoje divulgado.

Segundo dados da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), só nos primeiros seis meses deste ano foram apresentadas 57 queixas por violência nos estabelecimentos de ensino do distrito judicial de Lisboa, a maioria dos quais ocorridos no círculo de Almada.

Considerando a situação "preocupante e alarmante", a confederação exige "a tomada de medidas urgentes", nomeadamente a contratação de mais funcionários e a promoção do envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos, através do Código do Trabalho. "O conceito de família vai-se perdendo na conjuntura sócio-económica nacional e a instabilidade na Educação agrava esta situação", lamenta a CNIPE.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Algumas páginas de apoio ao autismo

O administrador da plataforma Moodle do Agrupamento de Escolas Pero da Covilhã disponibilizou os seguintes endereços electrónicos, da autoria de uma mãe.
Penso que, devido ao seu potencial interesse, devem ser divulgados!

http://jogosdidacticos.blogspot.com/
http://pecsemportugues.blogspot.com/
http://actividadesautistas.blogspot.com/

Agradeço, desde já, aos seus autores! Continuação de bom trabalho!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Escola para sobredotados: um mundo à parte?

A primeira estrutura do país está planeada para Portimão, mas poderá transferir-se para Espanha caso o licenciamento tarde. Sim ou não a uma escola para "pequenos génios"? As opiniões dividem-se.
As ideias estão no papel, mas podem não sair dele para serem aplicadas em território nacional. A primeira escola para sobredotados do país está planeada para nascer em Portimão e beneficiar 45 alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico, estando já definido um grupo de 18 crianças. O projecto, desenvolvido por técnicos da Universidade da Criança em parceria com o Instituto da Inteligência, está nas mãos da Direcção Regional de Educação do Algarve desde Fevereiro deste ano. A demora do licenciamento da estrutura leva os responsáveis a ponderar a transferência da escola para Espanha, quando o objectivo inicial era colocá-la em funcionamento no início do próximo ano lectivo no complexo da Universidade da Criança.
"Os entraves colocados pelo Ministério da Educação são sobretudo de ordem técnica", adiantou à Lusa Ricardo Monteiro, presidente do conselho pedagógico da Universidade da Criança e mentor do projecto. Se não for dada uma licença provisória, a escola passará para o país vizinho que já terá demonstrado interesse na infra-estrutura. Uma escola-piloto em que cada grupo de alunos terá à disposição uma equipa de 11 profissionais, entre psicólogos e professores. Além das disciplinas habituais, como Matemática e Português, serão leccionados Filosofia, Inglês e Alemão. Não há números exactos, uma vez que é complicado fazer uma identificação no sistema escolar, mas estima-se que em Portugal haja entre 35 a 50 mil crianças sobredotadas, ou seja, com um Quociente de Inteligência (Q.I.) superior a 130 e com outras características que se destacam a vários níveis.
Se tivesse um filho sobredotado colocá-lo-ia numa escola para sobredotados? Esta é a primeira pergunta que a psicóloga Adriana Campos, responsável pelo serviço de psicologia e orientação da EB 2,3 de Leça da Palmeira, faz como mãe e como profissional. A resposta é não. "A ideia que se tem defendido é a integração dos meninos, independentemente das suas capacidades, no contexto escolar", observa. "Separá-los numa escola, pô-los num mundo à parte? Essa não me parece a solução", acrescenta. Na sua opinião, criar momentos de partilha, momentos para desenvolver trabalhos e projectos entre iguais, ou seja, entre crianças sobredotadas, seria vantajoso. "Isso já vejo com bons olhos".
"O que é necessário é preparar os professores para que saibam adaptar as estratégias que vão ao encontro das necessidades desses meninos sobredotados", defende Adriana Campos. Uma formação específica que não existe e que, portanto, não faz parte dos planos escolares. "Não são tomadas as medidas que os meninos precisam". E, portanto, os docentes têm de estar de olhos bem abertos para detectar um aluno com uma inteligência acima da média e saber lidar com essa situação. "Na minha opinião, não faz sentido uma escola para sobredotados que acabam por integrar-se e viver em sociedade".
Margarida Gaspar Matos, psicóloga e investigadora na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, fala em equilíbrio. "Para este grupo, como aliás para qualquer grupo de crianças diferentes, tem sempre de haver um equilíbrio entre a aprendizagem e a competência, para a criança não desmotivar". Em seu entender, há mais um equilíbrio a ter em conta. "Um equilíbrio entre as competências intelectuais e as emocionais, porque os 'pequenos génios' são pequeninos e precisam de coisas dos pequeninos da sua idade no campo afectivo e emocional", explica.
Criatividade e motivação
"Uma criança elevadamente sobredotada não se interessa pelo que se passa numa sala de aula normal já que os desafios que lhe são colocados estão muito abaixo da sua capacidade", sustentou, à Lusa, Ricardo Monteiro, o responsável pela Universidade da Criança. O responsável defende um atendimento educacional diferenciado para crianças com o Q.I. acima de média. Na sua perspectiva, uma criança sobredotada tem as mesmas necessidades educativas especiais que uma criança com o síndroma de Down ou autismo. Há mais dados a reter: os sobredotados mais pequenos podem ser hostilizados pelos colegas e normalmente a formação dos professores não integra abordagens pedagógicas para lidar com crianças com uma inteligência acima da média.
Falar de crianças sobredotadas não se resume a focar um Q.I. superior ao normal. Numa publicação do Ministério da Educação (ME), que tem 10 anos, abordam-se as necessidades educativas dos alunos sobredotados ao nível psicológico, social e cognitivo e realça-se a importância de uma cooperação entre a escola e a família. Nesse documento, alerta-se já para a necessidade de encontrar uma definição de sobredotação mais ampla, "que seja apoiada sobretudo nas características do desempenho manifestado pelos sujeitos nas situações da interacção que estabelecem com os outros, os objectos e os conceitos". Há várias características a ter em conta desde a aprendizagem, a motivação, a criatividade, a liderança.
A publicação do ME indicava algumas pistas para os professores dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos de ensino. Ou seja, aceitar que as crianças e jovens são capazes de exprimir competências específicas excepcionais e proporcionar um clima de sala de aula que traduza expectativas favoráveis de sucesso e onde possam manifestar as suas diferentes capacidades. Ter em conta que os estudantes, incluindo os sobredotados, têm necessidade de momentos de jogo e de lazer; criar condições para a produção de respostas ajustadas a questões que exijam procedimentos de pesquisa; bem como ter em atenção que os sobredotados apreciam o reconhecimento e o elogio como todas as crianças e jovens.